Política
Governo suspende edital do Prêmio Nacional das Artes anunciado por Alvim
Segundo a pasta, o novo secretário deve decidir a continuidade da iniciativa. A atriz Regina Duarte foi convidada para o cargo
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2020/01/Untitled-78.jpg)
A Secretaria Especial da Cultura decidiu esperar a chegada do novo secretário da pasta para decidir a continuidade do edital do Prêmio Nacional das Artes. A informação foi confirmada pela assessoria da pasta, que afirmou que o edital não chegou a ser publicado no Diário Oficial da União.
O prêmio foi anunciado pelo ex-secretário Roberto Alvim, no polêmico vídeo em que ele parafraseou o discurso de Joseph Goebbels, ministro de Hitler na Alemanha nazista. Alvim foi demitido do cargo no último dia 17, após ampla repercussão negativa da mídia. A atriz Regina Duarte é a cotada para assumir o cargo, depois de convite feito pelo presidente Bolsonaro, ela consentiu iniciar um período de testes à frente da pasta, que começa hoje. Nesta quarta, a atriz está em Brasília para conhecer parte da estrutura e da equipe da Secretaria da Especial da Cultura.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, encaminhou na terça-feira 21 à Procuradoria-Geral da República uma recomendação para anulação de todos os atos de Alvim. “O agente público em questão tem, pelo menos, admiração pela perspectiva de arte do nazismo. E como sob o seu cargo se desenvolviam todas as medidas relativas à cultura, não é demasiado concluir que, no período em que o ocupou, levou para essa área a compreensão estética que tão desabridamente revelou no vídeo”, diz trecho da representação.
O documento ainda traz pedido de responsabilização administrativa e criminal do então secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.