Política
Comissão do Senado aprova Nestor Forster para embaixada nos EUA
Diplomata foi indicado pelo presidente da República após o deputado Eduardo Bolsonaro fracassar em tentativa de ocupar o posto
O diplomata Nestor Forster foi aprovado, por unanimidade, pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Forster foi sabatinado por senadores nesta quinta-feira 13 e precisa passar pelo crivo do plenário, em votação que deve ocorrer na próxima semana, antes do carnaval.
Ele foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2019, após o fracasso do projeto de emplacar no cargo o filho 03 do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. À época, Jair Bolsonaro dizia que seu filho estava preparado para o cargo porque falava inglês e espanhol, era amigo da família do presidente americano Donald Trump e já havia fritado hambúrgueres nos Estados Unidos.
Diferente de Eduardo, Forster tem vasta carreira diplomática, iniciada em 1985. Nascido em Porto Alegre (RS), formou-se em licenciatura em História e em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 2019, foi promovido a ministro de Primeira Classe do Palácio do Itamaraty. Forster é amigo do escritor Olavo de Carvalho e foi responsável por apresentar o guru bolsonarista ao chanceler Ernesto Araújo, nos Estados Unidos.
Na sabatina, o diplomata avaliou como “histórica” a visita de Bolsonaro a Trump, em março de 2019. Segundo ele, o principal resultado do encontro entre os dois presidentes foi a posição dos EUA em apoiar o Brasil a participar da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), chamado de clube dos países ricos.
Forster também elogiou a designação especial do Brasil como aliado preferencial extra-Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, a parceria abre as portas para que o Brasil tenha uma cooperação mais profunda na área de defesa e militar.
Ele também pediu que parlamentares se empenhem no que chamou de “diplomacia parlamentar” e destacou que atuou durante a crise das queimadas na Amazônia, com visitas a senadores e deputados para divulgar ações do governo.
“Quando nós tivemos aquela situação, no meio do ano, de grande preocupação e repercussão na imprensa, sobre a queimada, etc., nós fomos imediatamente, enfim, acionamos vários interlocutores que temos na sociedade norte-americana para fazer um trabalho muito específico e intenso junto ao Parlamento, que é também uma câmara de eco da sociedade, onde se veem as preocupações”, afirmou.
*Com informações da Agência Brasil.
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