Política
Governo federal entrega kits incompletos e trava política de testes em massa
Testagem só alcançou 20% do prometido pelo governo federal. Laboratórios não recebem reagentes completos, diz reportagem do Estadão
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Com mais de 70 mil mortes registradas devido à covid-19, o governo brasileiro ainda não conseguiu implementar uma política massiva de testes – como antes prometido pelos ministros da Saúde – e tem entregue kits sem todos os reagentes necessários para que os estados identifiquem os casos de coronavírus na população.
As denúncias foram feitas em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta segunda-feira 13.
Segundo informações coletadas com os responsáveis pelos laboratórios públicos centrais (Lacens) dos estados, o governo federal não tem mandado kits de testes RT-PCR com o primeiro reagente necessário, que separa o RNA do vírus.
Esse tipo de teste tem a capacidade de identificar o vírus com maior precisão do que os chamados testes rápidos, que são assim chamados por identificarem, em minutos, a presença ou não de anticorpos no indivíduo.
Dessa forma, é o mais indicado para monitorar se a pessoa já teve ou não contato com o coronavírus, e não se ela está atualmente infectada.
As estimativas para junho era de que o Brasil conseguisse realizar 70 mil exames RT-PCR por dia, de acordo com o anunciado pelo ex-secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, porém, a média diária é de 14,5 mil testes diários realizados nos Lacens – ou 20,8% do que era estimado.
Em nota à reportagem do jornal, o governo aponta a dificuldade para conseguir os reagentes, que são em sua maior parte importados, como maior entrave para a política de testagem no País.
Estados relatam que tiveram que pedir reagentes emprestados de outros lugares, como foi o caso do Tocantins com o Maranhão e com Goiás. São Paulo e Maranhão, por terem conseguido adquirir os kits por conta própria, não registram desabastecimento de reagentes no momento, informaram os Lacens ao Estadão.
O Ministério da Saúde apontou ainda já ter adquirido 24,5 milhões de testes RT-PCR, mas que problemas de logística, como falta de espaço nos Estados para armazenar os insumos, atrasaram a operação de entrega.
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