Sociedade
Universal é condenada após realizar falsa cura de dependente químico
Um usuário de cocaína diz que foi usado como fantoche em um falso show com a finalidade de arrecadar dízimos
A Universal do Reino de Deus foi condenada a pagar 40 mil reais de indenização a um homem que é dependente químico e teve uma falsa cura feita por pastores da igreja.
Segundo divulgou o UOL, R.C.A é usuário de cocaína e foi procurado em 2018 por pastores da igreja que o prometeram uma cura se ele participasse do programa de televisão transmitido pela RecordTV.
O homem aceitou o convite, mas no palco percebeu que tudo não passava de uma fraude, pois estaria sendo usado como fantoche em um falso show com a finalidade de arrecadar dízimos.
Assim que o programa terminou, R.C.A informou aos pastores que não autorizava o uso de sua imagem, mas o pedido foi desrespeitado e o culto foi transmitido.
A juíza Paula Regina Cattan, da 1ª Vara Cível de São Paulo, afirmou que não se pode veicular a imagem de uma pessoa sem autorização já que a Constituição assegura a sua inviolabilidade.
A Universal disse à Justiça que não prometeu a cura e que apenas disponibilizou a ajuda espiritual ao dependente.
“Cabe ao pastor, por vocação, orientar espiritualmente os fiéis”, afirmou a defesa da Universal à Justiça. “A igreja não tem a obrigação de entregar ou garantir o resultado. A cura da dependência química se trata de uma questão de fé, independe da vontade da igreja o atingimento do resultado almejado.”.
Não cabe mais recurso, pois o processo já transitou em julgado.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.