Política
Renan Calheiros vai pedir convocação de ex-cunhada de Bolsonaro na CPI
O senador suspeita de que o modus operandi da rachadinha revelado nos áudios de Andrea Valle pode ter sido replicado na compra de vacinas
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, afirmou nesta segunda-feira 5 que deve pedir a convocação de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Jair Bolsonaro. Andrea aparece em gravações obtidas pelo UOL revelando um possível envolvimento direto do presidente em um esquema de rachadinha quando era deputado.
A informação foi divulgada no Twitter pelo senador que destacou ser ‘fundamental’ a convocação da ex-cunhada, já que desconfia que o modus operandi da rachadinha revelado por Andrea nas gravações pode ter sido replicado na compra de vacinas pelo governo federal.
“É fundamental a CPI convocar Andrea Valle, ex-cunhada de Bolsonaro. Ela pode explicar se houve espelhamento do esquema das rachadinhas no governo federal”, afirma.
Calheiros destacou ainda que ela pode ser peça-chave na apuração que a CPI faz sobre a existência de um ‘gabinete paralelo’, responsável pela condução do governo federal na pandemia, e de um ‘gabinete do ódio’, grupo encarregado de produzir e disparar notícias falsas durante a pandemia.
“Como se sabe, Carlos Bolsonaro é peça fundamental no ministério paralelo e Flávio Bolsonaro um influente filtro de indicações”, acrescenta. Carlos e Flávio são citados pelo senador por terem também empregado Andrea em seus gabinetes.
A participação de um militar no esquema de rachadinha também deve ser alvo de apurações da CPI, já que, segundo apontou o relator, pode ter sido espelhado nas suspeitas de corrupção na compra das vacinas.
2)A oitiva dela não é para incriminar, mas para esclarecer fatos relacionados a presença dessas pessoas no governo. Ela cita um coronel reformado. São muitos os indícios e testemunhos da participação de militares em irregularidades com as vacinas Covaxin e Astrazeneca.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) July 5, 2021
Andrea é irmã da segunda esposa de Bolsonaro, Ana Cristina. As gravações divulgadas pela reportagem indicam um suposto envolvimento direto do presidente e a participação do coronel Hudson, colega de Jair no Exército, no esquema.
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