CartaExpressa

Pazuello diz à PF que Bolsonaro fez pedido ‘informal’ de investigação sobre a Covaxin

Em depoimento, o ex-ministro afirmou que Élcio Franco, então secretário-executivo da Saúde, não identificou irregularidades na negociação

Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, afirmou nesta quinta-feira 29, em depoimento à Polícia Federal, que o presidente Jair Bolsonaro lhe pediu ‘verbalmente’ que apurasse indícios de fraude no contrato da vacina Covaxin. Segundo o militar, “o panorama, à época, não era de um ambiente de gravidade em relação a esse fato específico”.

A alegação de Pazuello indica que não há registro de um pedido de investigação. Conforme o depoimento, obtido pela CNN Brasil, “a conversa com o presidente da República foi informal”. Ele disse que se lembra “da informalidade porque ‘despachava’ com o presidente da República inclusive em pé”.

Após a conversa com Bolsonaro, Pazuello afirmou ter acionado o então secretário-executivo da Saúde, o coronel Élcio Franco. Posteriormente, de acordo com o ex-ministro, Franco informou que “havia feito uma apuração e não constatou qualquer irregularidade no contrato”.

O general, porém, disse não saber “qual foi o tipo de apuração que ele [Élcio Franco] realizou, nem se outras pessoas participaram dessa apuração”.

Pazuello também alegou que Bolsonaro não mencionou a participação do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, o servidor da Saúde Luís Ricardo Miranda, na descoberta dos indícios de fraude.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, ironizou a afirmação de Pazuello de que Bolsonaro lhe pediu “informalmente” que investigasse as possíveis irregularidades.

“A CPI rastreou as irregularidades da Covaxin. Entre elas um adicional de 50 milhões de doses. Pazuello, que mentiu à Comissão, confirmou: as graves ilegalidades da vacina superfaturada não foram investigadas. É o caso de prevaricação de rebanho”, escreveu Renan nas redes sociais.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar