CartaExpressa

Trump pressionou o Departamento de Justiça a insinuar fraude na eleição, mostra documento

Anotações encaminhadas a congressistas e obtidas pelo NY Times indicam os detalhes da estratégia ilegal do republicano

O ex-presidente dos EUA Donald Trump. Foto: AFP
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pressionou altos funcionários do Departamento de Justiça, no fim de 2020, a afirmarem que houve fraude na eleição que deu a vitória a Joe Biden, embora eles não tivessem encontrado evidências de irregularidades generalizadas.

A informação foi publicada nesta sexta-feira 30 pelo jornal norte-americano The New York Times. O veículo obteve um documento encaminhado a congressistas que indica que a intenção de Trump era utilizar as falsas alegações para anular o resultado do pleito.

Os pedidos de Trump aconteceram por meio de um telefonema em 27 de dezembro ao então procurador-geral, Jeffrey A. Rosen, e seu vice, Richard Donoghue. Após Donoghue dizer que o órgão não poderia mudar o desfecho da eleição, Trump afirmou: “Basta dizer que a eleição foi fraudada, deixe o resto comigo” e com os aliados do Congresso. A anotação da resposta do republicano foi feita pelo próprio Donoghue.

De acordo com o NY Times, o Departamento de Justiça encaminhou as notas de Donoghue ao Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara, que agora investiga as tentativas de Trump de reverter ilegalmente os resultados do pleito presidencial.

Na conversa com Trump, conforme as anotações, Donoghue reforçou que “muitas das informações” que o presidente mencionava eram falsas. Afirmou também que o departamento conduziu “dezenas de investigações e centenas de entrevistas” e não encontrou evidências para sustentar as alegações.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar