Cultura

História que se move

Mostra reúne dos pioneiros às novas linguagens

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MOVIE-SE – NO TEMPO


DA ANIMAÇÃO 

CCBB, Rio de Janeiro


De terça 5 a 7 de abril

Desde que o americano Winsor McCay lançou em 1911 o curta-metragem Little Nemo, ou Pequeno Nemo Animado, o mundo da animação -tornou–se- amplo e coletivo, mas essencialmente pessoal. É do afeto particular, sobretudo, de que vivem os personagens do passado e em constante renovação no imaginário popular, como atenta o especialista Greg Hilty. Essa afeição terá certamente respaldo na mostra de fôlego sob sua responsabilidade que tem início na terça 5, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

Movie-se – No Tempo da Animação, que segue em abril para o CCBB de Brasília, reúne um lote de cem trabalhos entre instalações, projeções e desenhos do acervo do Barbican Centre de Londres. O histórico dá conta do pioneirismo de McCay, ainda com sua bem–sucedida dinossauro Gertie, as criações tradicionais de Walt Disney, seu seguidor, dos estúdios modernos como o Pixar e, por fim, das chamadas animações adultas no cinema e na tevê, a exemplo dos filmes de Tim Burton, de Persepolis (2007), da iraniana Marjane Satrapi, e dos Simpsons. São projetos tributários em maior ou menor grau de invenções seminais como a rotoscopia de Max Fleischer, que entre 1918 e 1929 criou a série muda em que personagens famosos como Betty Boop e o palhaço Koko saíam de seu tinteiro para interagir com o criador.

Natural a prevalência e Los Angeles dado o alcance dos contos de fada de Disney, dos infantis de Hanna Barbera e da força atual dos estúdios americanos. Mas a seleção oferece a possibilidade de contato com outras técnicas tradicionais e sofisticadas. É o caso da França, com Georges Méliès e Fernand Léger, com seu balé mecânico, e do Japão, que dos mangás de Masami Kurumada, de Os Cavaleiros do Zodíaco, e do erotismo de Toshio Maeda, avança para o elaborado e surreal traço de Hayao Miyazaki, o realizador de A Viagem de Chihiro. Cabe à Alemanha uma das poucas precursoras no meio masculino, Lotte Reiniger, que em 1926 animou Príncipe Achmed, um raro desenho que ainda se tem registro hoje. E prova de que o gênero avançou para outras linguagens está na adoção pelas artes plásticas, de que fazem uso nomes como o belga Francis Alÿs.

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