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Hungria: papa Francisco se reúne com premiê Viktor Orban após críticas ao ultranacionalismo

Pontífice voltou a pedir aos governos que acolham refugiados que fogem da miséria

Papa Francisco chegou a Budapeste, na Hungria, neste domingo 12. Foto: Attila KISBENEDEK / AFP
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O papa Francisco chegou neste domingo 12 a Budapeste para celebrar a missa de encerramento de um congresso religioso internacional. O pontífice também tem um encontro previsto com o primeiro-ministro ultranacionalista Viktor Orban, criticado na União Europeia por sua política anti-imigração e contra a comunidade LGBT+.

O avião do papa aterrissou às 8h locais (3h em Brasília). Ele se reunirá meia hora com o primeiro ministro húngaro, no Museu de Belas Artes de Budapeste. No encontro, também estarão presentes o presidente, Janos Ader, e dois responsáveis da Santa Sé. Há expectativa sobre as questões que serão abordadas: Francisco tem fama de falar sem tabus sobre temas como a integração de imigrantes ou a aceitação da comunidade LGBT+. Orban e o pontífice discordam sobre esses dois temas. O papa voltou a pedir aos governos que acolham refugiados que fogem da miséria, seja qual for sua religião, o que gerou polêmica no país, inclusive entre fiéis católicos.

A imprensa húngara próxima ao primeiro-ministro chegou a chamar Francisco de “imbecil” e destacou que a visita do papa argentino à Hungria será relâmpago, de apenas sete horas, enquanto na vizinha Eslováquia ele prevê passar três dias, para realizar uma verdadeira visita de Estado. O papa viaja à Budapeste atendendo um convite do Congresso Eucarístico Internacional, como João Paulo II, que participou do evento em 1985, em Nairobi, no Quênia.

Apesar de nunca ter feito alusão a nenhum governo em especial, Jorge Bergoglio já fez críticas “ao nacionalismo” que, segundo ele, quando aborda o tema da Imigração, utiliza “discursos parecidos aos de Hitler em 1934”. O papa insiste que ajudar os excluídos é algo “eminentemente cristão”.Em abril de 2016, durante uma visita à ilha grega de Lesbos, o papa afirmou que “todos somos migrantes” e convidou a subir a bordo de seu avião três famílias sírias muçulmanas, cujas casas tinham sido bombardeadas.

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