Política

Deputado do PT pede que Aras investigue propaganda antecipada de Bolsonaro

Segundo Rui Falcão, cerimônia no Palácio do Planalto em alusão aos mil dias de governo virou ‘verdadeiro ato de campanha’

Foto: Reprodução
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O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) entrou nesta quinta-feira 30 com uma representação na Procuradoria-Geral Eleitoral pedindo a investigação do presidente Jair Bolsonaro por propaganda antecipada para as eleições de 2022.

O petista afirma que o evento de lançamento do Crédito Caixa Tem, no início da semana, foi convertido em um ‘verdadeiro ato de campanha’ em celebração pelos mil dias de governo. A cerimônia organizada no Palácio do Planalto teve a presença do presidente e foi transmitida pela TV Brasil.

“No ato oficial do governo aqui questionado houve mais do que a apresentação de atos do governo federal ou a apresentação de um novo programa: divulgou-se méritos pessoais do Sr. Presidente da República, a visão positiva dos atos de sua gestão ao longo dos mil primeiros dias em franca promoção pessoal”, diz um trecho da representação enviada ao procurador-geral eleitoral, Augusto Aras.

Em um discurso de vinte minutos, Bolsonaro disse que o Brasil pode ter o mesmo destino da Venezuela a depender de quem seja colocado para ‘pilotar’ o País. “E aí o que eu peço para cada um de vocês: coloquem-se no meu lugar ou então coloquem aquele outro que não chegou no meu lugar. Como estaria o Brasil hoje em dia?”, questionou. “Nada não está tão ruim que não possa piorar”, segue o presidente.

Bolsonaro também fala sobre os ‘debates antecipados para 2022’ e se coloca como o único candidato com capital eleitoral no campo da direita. “Vai disputar reeleição ou não? Eu não vou entrar nessa guerra ainda. Agora, eu fora de combate, quem sobra para o outro lado? Tem alguém do perfil semelhante ao meu?” questiona. “Você já sabe qual o filme do futuro porque você já viveu 14 anos passando esse filme. E pode ter certeza: não serão mais 14 anos, serão no mínimo 50. E é isso que nós queremos para nossa pátria?”, acrescenta, em referência aos governos petistas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Rui Falcão diz que, além de propaganda antecipada, houve desvio de finalidade na organização do evento, inclusive no uso de dinheiro público. “O que não se tolera e é suficiente para caracterizar a propaganda eleitoral antecipada e a queimada de largada para campanha em atos típicos de disputa eleitoral é o pedido de voto, mesmo que seja dissimulado”, diz um trecho da representação.

Não é a primeira vez que Bolsonaro é acusado de propaganda antecipada. Com uma agenda de lançamentos e inaugurações movimentada nos últimos meses, o presidente também foi alvo de uma representação do PCdoB no Maranhão, mas ganhou o processo no Tribunal Eleitoral do Estado.

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