CartaExpressa

Flávio minimiza sessão com familiares de vítimas da Covid: ‘Escolhidos para falar mal do presidente’

O ’01’ criticou ‘pessoas com histórico de militância contra o presidente’ e ignorou o teor dos relatos

Fotos: Reprodução/Redes Sociais e Pedro França/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) minimizou a audiência pública promovida nesta segunda-feira 18 pela CPI da Covid com familiares de vítimas do novo coronavírus. O ’01’ classificou a sessão como “algo macabro, triste e lamentável”.

“Pessoas foram escolhidas a dedo para virem à CPI e falar mal do presidente. Pessoas com histórico de militância contra o presidente vieram com o compromisso de responsabilizar Bolsonaro pela morte de seus familiares”, disse Flávio em vídeo divulgado nas redes sociais. Ele aproveitou para defender o pai das críticas e atacar prefeitos e governadores.

Segundo ele, “Bolsonaro fez e continuará fazendo o que está ao seu alcance”, enquanto se referiu a gestores municipais e estaduais como “essa turma do ‘fica em casa e a economia a gente vê depois'”.

Flávio ainda declarou que a CPI da Covid “entra para a história como algo que mancha a história do Senado” e “grande parte da população olha para cá com nojo”.

Um dos participantes da audiência desta segunda na CPI foi Marco Antônio do Nascimento Silva, cujo filho faleceu de Covid em 2020. Emocionado, o depoente disse ter sido doloroso ouvir o presidente Jair Bolsonaro perguntar “e daí?” sobre as vítimas da doença. Quando o País ultrapassou a China na quantidade de mortos pelo coronavírus, no ano passado, o chefe do Executivo afirmou: “E daí? Sou Messias, mas não faço milagres”.

Marco relatou ter sofrido com a hostilidade reservada pelo presidente às vítimas da Covid. “Eu escutei no fundo do meu coração: ‘E daí que seu filho morreu?”, disse. “Acho que nós merecíamos um pedido de desculpas da maior autoridade do País”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar