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‘É mentira dizer que acabou a corrupção’, diz Moro sobre Bolsonaro em ato de filiação
Ex-juiz, que chega ao Podemos, discursou como candidato e mirou as críticas ao ex-presidente Lula e ao ex-capitão
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O ex-juiz Sergio Moro afirmou nesta quarta-feira 10 que deixou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do presidente Jair Bolsonaro porque viu o seu trabalho boicotado.
Em evento que marcou a sua filiação ao Podemos, Moro discursou como pré-candidato à Presidência ao criticar os principais adversários, o ex-presidente Lula e o próprio Bolsonaro.
Sobre o petista, o ex-juiz classificou a Operação Lava Jato como “um momento histórico”. “Quebramos a impunidade da corrupção. Pela primeira vez gente poderosa pagou pelos crimes”, disse.
Já em relação ao ex-capitão, o ex-ministro declarou que a sua vontade era continuar no cargo. “Quando aceitei [ser ministro], eu acredita na missão de combater a corrupção, mas o apoio do governo foi negado. Vi meu trabalho boicotado e continuar seria uma farsa. Não existe nenhum cargo que valha a alma de uma pessoa”, afirmou.
“É mentira dizer que acabou a corrupção. Na verdade, enfraqueceram as medidas para combatê-la”, acrescentou.
No discurso, Moro ainda se colocou como alternativa para as eleições de 2022 e tentou justificar as suas limitações
“Muitos dizem que não sou eloquente e até criticam minha voz. Se não sou a melhor pessoa para discursar, posso assegurar que sou alguém que vocês podem confiar”, pontuou. A vida pública me testou como juiz e ministro. Tomei decisões difíceis e nunca recuei. O Brasil não precisa de líderes que tenham voz bonita, mas de líderes que ouçam a voz do povo brasileiro”, reforçou.
Pesquisa da Genial/Quaest divulgada também nesta quarta coloca Moro como terceiro colocado na disputa pela Presidência, atrás somente do ex-presidente Lula e de Bolsonaro.
De acordo com o levantamento, o petista mantém intenção de 48% e varia para 47%, dentro da margem de erro e Bolsonaro marca 21%. Moro aparece como terceiro colocado com 8% das intenções de voto e Ciro varia entre 6% e 7%, também na margem de erro.
O pesquisador Felipe Nunes, responsável pelo levantamento, explica que, considerando a margem de erro de 2%, Lula mantém o patamar de 50% e Moro ‘vira esperança da terceira via’.
“Com ele [Moro] presente, Bolsonaro perde tração eleitoral e os candidatos do PSDB figuram em patamar abaixo de 2%”, escreve o pesquisador.
Leia o discurso completo:
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