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‘Na Justiça, comportou-se como o porão da ditadura’: Oposição reage a Mendonça no STF

Governistas, por outro lado, celebram. Ciro Nogueira, líder do Centrão, escreveu que ‘o Brasil ganha muito hoje’ com Mendonça na Corte

Mendonça já foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Foto: Carolina Antunes/PR
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Parlamentares reagiram nesta quarta-feira 1º à aprovação, pelo Senado, da indicação de André Mendonça a uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Ex-ministro da Advocacia-Geral da União e da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, ele ocupará a cadeira que era de Marco Aurélio Mello.

A deputada federal Natália Bonavides, que acionou a Justiça contra Mendonça pelo uso da Lei de Segurança Nacional “como instrumento de intimidação de opositores”, lamentou o resultado.

“André Mendonça se comportou como o porão da ditadura quando Ministro da Justiça. Usou a PF para perseguir jornalistas e quem criticava o governo. A sua aprovação para o STF é um desastre”, escreveu Bonavides nas redes sociais.

Em uma ação contra Mendonça, Bonavides listou episódios em que inquéritos da Polícia Federal foram abertos contra críticos de Bolsonaro, como a apuração contra o advogado Marcelo Feller e a investigação contra um professor de Palmas que pagou por outdoors que comparavam o presidente a um “pequi roído”.

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apontou “o estrago que o indicado de Bolsonaro por ser ‘terrivelmente evangélico’ vai fazer no Supremo”. Colega de Melchionna no PSOL, Ivan Valente (SP) criticou o curto intervalo entre a aprovação de Mendonça na CCJ e a análise em plenário. “Nova votação sem sabatina coloca no Supremo um obscurantista servil a Bolsonaro”, anotou.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro “reduziu a indicação a um dos pilares da República ao esdrúxulo debate sobre preferência religiosa”.

Governistas, por outro lado, celebraram a decisão do Senado. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos líderes do Centrão, escreveu que “o Brasil ganha muito hoje com a confirmação do nome do André Mendonça para ministro do STF”. 

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