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‘Representam 20% do que gostaríamos que fosse votado no STF’, diz Bolsonaro sobre Mendonça e Kassio Nunes
Em tom eleitoral, o ex-capitão mirou as próximas indicações ao Supremo
Um dia após o Senado aprovar a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro voltou a insinuar ter influência sobre tramitações na Corte. Antes de Mendonça, o ex-capitão emplacou a ascensão de Kassio Nunes Marques.
“Graças a Deus conseguimos enviar dois nomes, duas pessoas que marcam também a renovação do Supremo”, disse Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto. “Eu não mando nos dois votos dentro do Supremo, mas estão dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que gostaríamos que fosse decidido e votado no Supremo”.
Ao adotar tom eleitoral, acrescentou que “quem, por ventura, se eleger ou reeleger no ano que vem vai indicar, no 1º semestre de 2023, dois nomes para o STF”. Ele classificou as próximas mudanças no STF como “uma enorme renovação”.
Bolsonaro se refere aos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que se aposentarão compulsoriamente em maio e em outubro de 2023, respectivamente.
Mais cedo, em uma formatura de sargentos no Rio de Janeiro, o presidente afirmou que Mendonça será alguém com “Deus no coração” no Supremo.
“Hoje, para mim e para todos nós, cristãos, é um dia bastante feliz. No dia de ontem conseguimos enviar para o Supremo Tribunal Federal um homem terrivelmente evangélico. Um compromisso nosso de mandar para a Suprema Corte uma pessoa que tem Deus no coração.”
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