Política
Aras tenta derrubar inquérito do STF contra Bolsonaro por fake news que liga vacinas a Aids
O PGR disparou contra a determinação de Alexandre de Moraes e alegou não haver ‘inércia’ na análise da conduta do ex-capitão
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que o Supremo Tribunal Federal reconsidere a abertura de um inquérito que apura a disseminação pelo presidente Jair Bolsonaro de fake news que ligam as vacinas contra a Covid ao risco de contrair o vírus da Aids. Essa relação não existe.
A determinação para a abertura do inquérito é do ministro Alexandre de Moraes, que acolheu um pedido da CPI da Covid.
Aras sugere duas alternativas ao STF: o arquivamento da petição que originou o inquérito, sem julgamento do mérito; ou a redistribuição do pedido ao ministro Luís Roberto Barroso, relator da investigação que apura as condutas imputadas ao ex-capitão pela comissão.
O chefe do Ministério Público Federal alega ter tomado providências sobre a postura de Bolsonaro. Assim, argumenta, o inquérito geraria duas investigações contra o presidente pelos mesmos fatos.
“Caso tivesse solicitado mais informações sobre o procedimento ministerial, [Moraes] seria comunicado que a Notícia de Fato da Procuradoria-Geral da República, informada no parecer, perscrutava os mesmos eventos imputados no pedido inicial (entre outros)”, criticou o procurador-geral.
No despacho que abriu o inquérito, Moraes questionou a decisão da PGR de se limitar a uma apuração preliminar e interna. O magistrado também destacou a necessidade de investigar a relação entre essa notícia falsa divulgada por Bolsonaro e a atuação de milícias digitais, alvo de um inquérito no Supremo.
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