Política
Após denúncia de CartaCapital, PT vai ao MPF contra descarte de documentos sobre a ditadura
O líder do partido na Câmara cobra ‘a celeridade que a gravidade de realidade aponta’
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/03/seupaismau.jpg)
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, de Minas Gerais, acionou a Procuradoria da República no Distrito Federal contra o desmonte das estruturas do Arquivo Nacional.
A representação, enviada também ao Tribunal de Contas da União, baseia-se em reportagem publicada por CartaCapital em sua edição nº 1.198. A revista está nas bancas e pode ser acessada por assinantes neste link.
Servidores do AN denunciam a eliminação indiscriminada e sem embasamento técnico de documentos financeiros que sequer foram encaminhados para prestação de contas ao TCU, além de provas documentais de crimes cometidos pela ditadura.
Após três anos e dois meses de mandato, o presidente Jair Bolsonaro parece disposto a acelerar o desmonte iniciado em agosto de 2019 com o Decreto 10.148, que retirou do AN a prerrogativa de decidir sobre a eliminação ou não de documentos, e teve seu ato mais recente com a exoneração, no apagar das luzes de 2021, de duas servidoras que pretendiam tornar públicos alguns problemas internos.
Segundo a representação de Reginaldo Lopes, o decreto permitiu “a livre ‘passagem da boiada'”, prática que tem “conduzido, desde então, as ações diretivas naquele órgão”.
O petista afirma que o Ministério Público Federal e o TCU “devem agir com a celeridade que a gravidade da realidade aponta, inclusive buscando as medidas judiciais cabíveis (cautelares) para impedir a continuidade de tais ações e responsabilizar os envolvidos pelas ações e condutas já perpetradas”.
Reginaldo Lopes pede que o MPF instaure um inquérito civil e um procedimento de investigação criminal, adotando medidas para “preservar a memória nacional”. Demanda, ainda, que o TCU dê início a uma auditoria para investigar o caso “e adotar as providências legais pertinentes”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.