Mundo
Biden suspende importação de petróleo russo para ‘aumentar pressão sobre Putin’
‘O nosso povo vai aplicar outro duro golpe sobre a máquina de guerra de Putin’, afirmou nesta terça o presidente norte-americano
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira 8 a interrupção das importações de petróleo e gás da Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia por Moscou.
Em pronunciamento televisionado, Biden afirmou ter tomado a decisão após consultar aliados, especialmente na Europa. Segundo o democrata, o objetivo é manter a União Europeia e a Otan – aliança militar ocidental – unidas nas respostas à Rússia.
“Anuncio que os Estados Unidos estão banindo toda a importação de petróleo e gás da Rússia. Isso significa que o petróleo russo não será mais aceito nos portos norte-americanos, e o nosso povo vai aplicar outro duro golpe sobre a máquina de guerra de Putin”, disse o mandatário norte-americano na Casa Branca. Na sequência, reforçou que o intuito é “aumentar a pressão sobre Putin e sua máquina de guerra”.
A Rússia responde por menos de 10% das importações americanas de petróleo e derivados, o que indica que o impacto não será tão significativo.
Embora os americanos estejam preocupados com a inflação e, em especial, com o aumento dos preços do petróleo, a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, apoia o embargo e o aumento das tarifas sobre outros produtos de Moscou para “isolar a Rússia ainda mais da economia global”.
Os preços do petróleo subiram cerca de 30% após a invasão russa à Ucrânia. Nesta terça, o preço do barril do tipo Brent, petróleo de referência na Europa, subia mais de 5%.
Europa
O Reino Unido deixará de importar petróleo e derivados da Rússia até o final deste ano, afirmou nesta terça o Ministério de Negócios e Energia, em linha com o comunicado de Biden.
“Essa transição dará ao mercado, empresas e cadeias de abastecimento tempo mais do que suficiente para substituir as importações russas, que representam 8% da demanda do Reino Unido”, tuitou o ministro Kwasi Kwarteng.
A decisão britânica não diz respeito ao gás natural russo, que representa 4% do consumo no Reino Unido. Kwarteng, porém, disse também estar “explorando opções para encerrar” essas compras.
A decisão ameaça agravar a crise do custo de vida no Reino Unido, onde os preços da gasolina e do diesel já dispararam devido à turbulência no mercado após o início da operação militar da Rússia, um grande produtor de hidrocarbonetos essenciais na Europa.
Mas, segundo Kwarteng, a maioria das importações de petróleo bruto do Reino Unido vem de “parceiros confiáveis”, como Estados Unidos, Holanda e países do Golfo Pérsico.
“Vamos trabalhar com eles este ano para garantir mais suprimentos”, disse ele.
(Com informações da AFP)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.