Política
Alertas de desmatamento na Amazônia batem novo recorde em abril
É a primeira vez que os alertas passam de 1 mil km² no período, considerado de baixa atividade madeireira
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2020/09/amazonia-desmatamento.jpg)
Dados do sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira 6, apontam que avisos de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² em abril, maior marca para o período.
“Esta é a primeira vez na história do sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1 mil km² no mês de abril. Isso é grave porque abril ainda é um mês de chuvas na Amazônia — o último do chamado “inverno” amazônico, quando o ritmo das motosserras naturalmente arrefece. Antes do governo Bolsonaro, era raro um dado mensal de alertas ultrapassar 1.000 km² até mesmo na estação seca”, alerta o Observatório do Clima.
Entre os estados que emitiram mais alertas estão o Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Um levantamento do Observatório do Clima, com base nos dados do Inpe, aponta que, em 12 meses, os alertas chegaram a sinalizar o desmatamento de mais de 5 mil km² de área de floresta. Isso significa um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período anterior. É o segundo maior número registrado na série histórica.
O estudo ainda ressalta que os dois recordes de desmatamento dos últimos anos aconteceram no governo Bolsonaro.
“As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia num território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/05/000_329G3QB-300x200.jpg)
Comissário do Meio Ambiente da UE: ‘Não entrarão produtos ligados ao desmatamento’
Por AFP![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2020/09/amazonia-desmatamento-300x180.jpg)
Governo Bolsonaro fiscalizou menos de 3% dos alertas de desmatamento, aponta relatório
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2020/09/amazonia-desmatamento-300x180.jpg)