Política

Economistas lançam manifesto em favor da chapa Lula-Alckmin

Os mais de mil signatários pedem a extinção do teto de gastos e a revisão das reformas trabalhista e da Previdência

Lula e Alckmin na reunião da coordenação-geral do movimento Vamos Juntos pelo Brasil. Foto: Ricardo Stuckert
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Mais de mil economistas assinaram um manifesto divulgado nesta segunda-feira 13 em favor da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) para a Presidência da República. No texto “Movimento dos economistas pela democracia e contra a barbárie”, os signatários defendem uma série de medidas no próximo governo, como a extinção do teto de gastos, limite orçamentário adotado durante o governo de Michel Temer (MDB).

O documento é assinado por economistas como Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas e conselheiro editorial de CartaCapital; José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras dos governos do PT; Márcio Pochmann, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo; Paulo Nogueira Batista Júnior, ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional; Leda Paulani, da Universidade de São Paulo; Esther Dweck, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA); entre outros nomes.

Além da extinção do teto de gastos, os economistas reivindicam a taxação de lucros e dividendos e a revisão da reforma trabalhista, da reforma da Previdência e da “pejotização”.

Também exigem a reativação de conselhos de políticas públicas, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea, voltado para o combate à fome.

Os economistas criticam a política de Bolsonaro de privatização de empresas públicas e diz que o atual governo “visa desregulamentar as atividades econômicas, dar autonomia para que as empresas privadas, muitas delas oligopólios, se autorregulem e se vejam livres das leis de proteção socioambiental”.

Também observam que a base produtiva da economia brasileira passa por um processo de reprimarização e desindustrialização, em torno do agronegócio e do extrativismo mineral.

Eles afirmam que houve abandono da política de valorização do salário mínimo iniciada na segunda metade da década de 1990. Conforme sublinha o texto, “o presidente da República irá entregar ao final do seu mandato um salário mínimo inferior, em termos reais, ao que recebeu no momento da sua posse”.

Os signatários indicam, ainda, preocupação com a manutenção do sistema democrático em caso de reeleição.

“O projeto político de Bolsonaro é de implantação de um sistema político autoritário, uma ditadura neofascista que pretende se perpetuar armando as polícias e milícias para concretizar sua aspiração de poder”, diz o texto. “Nós, economistas que subscrevemos este manifesto, entendemos que a superação desse quadro exige uma união em defesa da democracia, dos direitos humanos e da Constituição de 1988.”

Conforme mostrou CartaCapital, os partidos alinhados à chapa de Lula e Alckmin receberam as diretrizes para um programa de governo em 6 de junho. O documento tem 17 páginas e 90 itens, com destaque para aspectos econômicos. A expectativa é de que um eventual governo Lula não revogue a reforma trabalhista por completo, mas há indicação de revogação do teto de gastos.

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