Mundo

Indígenas do Equador negam acusação do presidente de que são financiados pelo tráfico

‘Encurralado pelos números de rejeição a sua gestão e a incapacidade de governar, ele emite acusações falsas e irresponsáveis, agravando a convulsão social e política provocada pelo próprio governo’, rebatem os indígenas

A poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) liderou 18 dias de bloqueios de rodovias e marchas nas quais ocorreram episódios de violência em diversas cidades, entre elas a capital Quito. Foto: Martin BERNETTI / AFP
Apoie Siga-nos no

A principal organização indígena do Equador negou neste sábado (9) que o narcotráfico tenha financiado seus recentes protestos contra o governo, como afirmou o presidente conservador Guillermo Lasso após a desativação das manifestações que ele taxa como uma tentativa de golpe.

“Rejeitamos as absurdas acusações de Guillermo Lasso sobre o financiamento de protestos sociais legítimos”, disse a Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) em um comunicado sobre as manifestações, que terminaram em 30 de junho com um saldo de seis mortos e mais de 600 feridos, entre agentes e civis.

“Encurralado pelos números de rejeição a sua gestão e a incapacidade de governar, ele emite acusações falsas e irresponsáveis, agravando a convulsão social e política provocada pelo próprio governo”, acrescentou.

A Conaie protestou por quase três semanas contra os altos custos de vida, com o bloqueio de rodovias em todo o país e marchas em várias cidades, como Quito, onde foram mobilizados cerca de 10 mil manifestantes, que protagonizaram confrontos com a força pública.

Lasso disse essa semana ao jornal digital argentino Infobae que os aborígenes, a frente política liderada pelo ex-líder opositor Rafael Correa (2007-2017) e os narcotraficantes se uniram para “fabricar um protesto violento com fins políticos para derrubar um governo legalmente constituído”.

“Esta é uma aliança com o Correismo e um terceiro ator participa dessa aliança, que é aquele que coloca o dinheiro para os protestos, que terão custado cerca de 15 milhões de dólares por 18 dias. Esse ator é o tráfico de drogas no Equador”, declarou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo