Política

USP, Unicamp e UFPE certificam a segurança das urnas após meses de testes

Não há qualquer histórico de fraude, mas o sistema eletrônico se tornou alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
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O Tribunal Superior Eleitoral recebeu relatórios da Universidade de São Paulo, da Universidade de Campinas e da Universidade Federal de Pernambuco que atestam a segurança das urnas eletrônicas, inclusive do modelo 2020, a ser utilizado pela primeira vez neste ano.

No âmbito de um convênio assinado com a Justiça Eleitoral, engenheiros da Escola Politécnica da USP se debruçaram por seis meses sobre os equipamentos, a fim de buscar eventuais fragilidades.

Os especialistas do Laboratório de Arquitetura e Rede de Computadores da Escola Politécnica analisaram a versão 2020 das urnas e, segundo o coordenador de Tecnologia Eleitoral do TSE, Rafael Azevedo, expuseram os equipamentos a ataques. A conclusão é de que o novo modelo mantém os mecanismos de proteção das edições anteriores.

Já os especialistas do Centro de Informática da UFPE e do Instituto de Computação da Unicamp avaliaram os códigos-fonte do sistema eletrônico por cerca de três meses.

Os pesquisadores da UFPE apresentaram sugestões que “podem ser avaliadas pela equipe do TSE para possível adoção em um próximo ciclo, sem que haja prejuízo para o funcionamento do ciclo em curso”. As ideias se referem a padronizações no código-fonte e eventual geração automática de testes para aumentar a cobertura.

De acordo com o professor Ricardo Dahab, diretor-geral de Tecnologia da Informação e Comunicação da Unicamp, “nada foi encontrado que possa colocar em dúvida a integridade e a confiabilidade do código-fonte da urna eletrônica brasileira nos aspectos que compõem o objeto do presente trabalho”.

Não há qualquer histórico de fraude desde que as urnas eletrônicas passaram a ser utilizadas no Brasil. Mesmo assim, os equipamentos se tornaram alvos constantes do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os dados sobre as urnas estão disponíveis para inspeção das entidades fiscalizadoras desde 4 de outubro de 2021. A abertura do código-fonte ocorre tradicionalmente a 180 dias da eleição, mas, como forma de oferecer ainda mais transparência ao processo, foi antecipada pelo então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

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