Economia

Consumo de gás de cozinha no País chega à pior marca em 9 anos, aponta estudo

Com a redução do poder de compra e o alto custo do GLP, os brasileiros recorrem a outras alternativas, como o uso de lenha

Imagem: Breno Esaki/SS/GOVDF e Redes sociais
Apoie Siga-nos no

O consumo de gás de cozinha no Brasil caiu no primeiro semestre do ano, registrando o pior índice desde 2014. É o que diz um estudo do Observatório Social do Petróleo divulgado nesta quarta-feira 31. 

Mesmo com o incentivo do governo federal com o programa Auxílio Gás, a venda dos botijões de cozinha recuou 4,5% desde janeiro, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo.

Entre as regiões que mais reduziram o consumo de gás estão o Sul e o Sudeste, com a redução de 5,9% e 5,7% no consumo do primeiro semestre, respectivamente.

Para especialistas, a redução está atrelada ao alto custo dos botijões e pela crise econômica que atinge o País. 

“Neste primeiro semestre, o GLP foi vendido em média por R$ 110,36 (em valores deflacionados para julho de 2022), preço 40% superior à média real do restante da década verificada”, afirma o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

Com a redução do poder de compra e o alto custo do GLP, os brasileiros recorrem a outras alternativas, como o uso de lenha. 

“Em 2021, o consumo de lenha foi o maior em mais de uma década, de acordo com levantamento da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). O cenário atual, lamentavelmente, é de mais lenha e menos gás. Nem o auxílio gás foi até agora suficiente para impedir esse retrocesso, o que mostra o tamanho do problema”, destaca o economista. 

A lenha passou a ser a segunda fonte de energia residencial do País, conforme dados da EPE. A principal fonte de consumo é a energia elétrica e, em terceiro lugar, aparece o GLP.

O alto valor da comercialização dos botijões está atrelada a política de preços impostas pela Petrobras, que determina os valores dos combustíveis a partir do dólar. 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo