Política

Lula rebate acusações de que quer acabar com o MEI: ‘Foi criado por mim’

Declaração do petista durante o debate foi tirada de contexto por bolsonaristas nas redes sociais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante entrevista em São Paulo. Foto: Reprodução
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o adversário Jair Bolsonaro (PL) e o acusou de disseminar “mentiras” em relação a uma suposta intenção do petista em acabar com o MEI – sigla para Microempreendedor Individual, nome dado à figura jurídica da pessoa que trabalha por conta própria.

Em uma coletiva em São Paulo, Lula relembrou o embate que teve com Bolsonaro no debate da TV Globo, na sexta-feira 28, reclamou que uma declaração sua foi distorcida.

Na ocasião, Bolsonaro havia dito que seu governo “criou empregos” durante a pandemia, em 2020 e 2021. Segundo o ex-capitão, a sua gestão neste ano tem a média mensal de 250 mil empregos gerados por mês.

Em resposta, Lula havia argumentado que a lógica da medição de emprego foi alterada e afirmou: “Eles colocaram o MEI como se fosse emprego, colocaram o emprego informal como se fosse emprego. No meu tempo, a medição de emprego era a carteira profissional assinada”.

A declaração foi utilizada por bolsonaristas nas redes sociais, que sugeriram que Lula tivesse planos de acabar com o MEI.

“Ontem, no debate, eu fiz questão de tentar provar o quanto o presidente da República é mentiroso”, disse Lula na coletiva. “Ele está tentando agora trabalhar na rede social uma grande mentira. (…) O MEI foi criado por mim quando era presidente da República. A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa foi criada por mim. O Simples foi criado. Eles estão na rede social dizendo que eu quero acabar com o MEI.”

Na sequência, Lula voltou a acusar Bolsonaro de mentiroso e o chamou de “descontrolado”.

“Eu sinceramente não consigo conceber como é que alguém disputa uma eleição mentindo descaradamente a campanha inteira. Não tem limite para contar mentira. Não tem limite para desafiar as instituições. Não tem limite para fazer ameaça. Um cidadão desse, descontrolado, não tem condições psíquicas de governar um país do tamanho do Brasil“, continuou Lula.

O petista também reclamou da dificuldade em debater com Bolsonaro na Globo porque o adversário estava “muito irritado” e “mentindo descaradamente” e ironizou a presença do senador eleito Sérgio Moro (União Brasil).

“O que é mais grave é que o parceiro e orientador dele é um juiz mentiroso, que é o Moro. Sabe, eu fiquei… Ontem o Moro era o orientador dele”, comentou.

Além disso, o ex-presidente criticou Bolsonaro pela política externa da atual gestão e afirmou que o Brasil hoje se encontra em uma situação de isolamento diferente de toda a comunidade internacional.

O petista disse que, se eleito, realizará uma viagem ao exterior para visitar líderes de outros países e “restabelecer” as relações diplomáticas que, segundo ele, foram ruídas com o governo Bolsonaro.

Lula deu a entrevista ao lado do candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, e do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, antes realizar de uma caminhada na Avenida Paulista.

No domingo 30, o ex-presidente vota no município de São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo, e depois retorna à capital paulista para acompanhar a apuração das urnas em um hotel com aliados.

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