Sociedade

Bloqueios bolsonaristas em rodovias caem para 86, diz PRF

Em 15 estados e no Distrito Federal já não há mais protestos sendo realizados

Manifestantes bolsonaristas protestam ilegalmente contra o resultado das urnas. Foto: Anderson Coelho / AFP
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Um novo boletim da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado às 6h00 desta quinta-feira 3, mostra que restam apenas 86 bloqueios em estradas federais. O volume é o menor registrado desde domingo e quase metade do dia anterior, quando 167 se espalhavam pelo País.

Segundo o documento da PRF, 15 estados e o Distrito Federal já não registram manifestações de caminhoneiros bolsonaristas. Apenas Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina seguem com algum tipo de ocorrência.

Na maioria desses estados, de acordo com o boletim, as ocorrências registradas são apenas interdições parciais da via. Apenas em SC há bloqueios totais. A previsão é de que os poucos grupos que ainda ocupam as ruas ilegalmente para protestar contra o resultado das urnas eletrônicas sejam dispersados ao longo da manhã.

A queda no volume de protestos ocorre após cinco dias de manifestações. Na quarta, ampliou-se o número de registros de manifestantes que pediam intervenção militar. Parte dos grupos se acumulou em frente aos quartéis do Exército. Em Santa Catarina, os bolsonaristas fizeram uma saudação nazista.

Horas depois do registro passar a circular, o candidato derrota Jair Bolsonaro (PL), pela primeira vez em dias, usou as redes sociais para pedir que seja feito o desbloqueio das vias. No vídeo, ele disse estar ‘chateado’ com o resultado das eleições.

“Eu quero fazer um apelo a você: desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós aqui a nossa legitimidade”, pediu Bolsonaro.

Ele reforçou que “o fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição”.

“Nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Tem que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia”, insistiu o ex-capitão.

Também nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal anunciou um grupo de trabalho para investigar os atos bolsonaristas. A saudação nazista feita por apoiadores de Bolsonaro também está na mira da Justiça, bem como a suspeita de atraso na atuação da PRF para cumprir a ordem do Supremo Tribunal Federal de desbloquear as estradas, expedida na segunda-feira e ainda não cumprida integralmente.

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