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Brasil participará de diálogo entre governo da Colômbia e Exército de Libertação Nacional

A gestão de Gustavo Petro e o ELN sugeriram em novembro a incorporação de Brasil, Chile e México como garantidores do processo

O presidente Lula. Foto: Sergio Lima/AFP
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O Brasil aceitou participar como “país garantidor” das negociações de paz entre o governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional, informou nesta segunda-feira 6 o Ministério das Relações Exteriores.

“É com satisfação que o Brasil volta a integrar o processo, fundamental para a consolidação da paz na Colômbia e de grande importância, por consequência, para a região e para o mundo”, escreveu o Itamaraty em comunicado.

O governo de esquerda da Colômbia e o ELN propuseram em novembro a incorporação de Brasil, Chile e México como garantidores do processo, após a retomada das negociações, suspensas desde 2019. Os Estados Unidos foram convidados a participar por meio de um enviado especial.

O México aceitou imediatamente o convite para sua incorporação aos diálogos, dos quais já participavam Cuba, Venezuela e Noruega.

O anúncio reflete a guinada diplomática do Brasil depois da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi um dos protagonistas da recém-realizada cúpula de autoridades da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, um fórum de 33 países do qual o Brasil havia se retirado por decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a cúpula, Lula enfatizou que o Brasil “está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado” com os países-membros.

O governo colombiano do presidente Gustavo Petro e os rebeldes começaram um segundo ciclo de negociações em 13 de fevereiro, no México.

Na sexta tentativa de negociar a paz, Bogotá e o ELN – com presença em cerca de 20% dos municípios da Colômbia, além de regiões nas fronteiras com Venezuela e Equador – finalizaram em 12 de dezembro uma primeira etapa de diálogos em Caracas, mas sem acertar um cessar-fogo bilateral.

O Brasil participou como garantidor da tentativa anterior de negociações, suspensas em janeiro de 2019 pelo então presidente colombiano Iván Duque, após um ataque contra uma academia policial que deixou 22 mortos, além do agressor.

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