Mundo

EUA prendem magnata chinês que apoiou Steve Bannon, ex-assessor de Trump

Guo Wengui é acusado de fraude de mais de 1 bilhão de dólares

O magnata Guo Wengui. Foto: Don EMMERT / AFP
Apoie Siga-nos no

Um magnata chinês procurado em seu país e ligado a Steve Bannon, ex-assessor do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, foi preso nesta quarta-feira (15) em Nova York acusado de fraudar seguidores de suas atividades anti-Pequim em cerca de US$ 1 bilhão.

O Departamento de Justiça acusou Guo Wengui e seu cúmplice, Je Kin Ming, de roubar fundos daqueles que participaram de um esquema de investimento para comprar bens de luxo, incluindo um iate, uma mansão de 4.600 metros quadrados e uma Ferrari de US$ 3,5 milhões.

Um oficial do tribunal informou nesta quarta-feira que Guo se declarou inocente, mas concordou com a detenção em uma audiência inicial de prisão.

O crime ocorreu depois que o ex-magnata imobiliário fugiu da China em 2014 após ser acusado pela justiça de fraude e corrupção, apesar de ter se tornado uma voz crítica da suposta corrupção dentro do governo chinês.

Quatro anos depois, ele também foi acusado em Hong Kong de lavar milhões de dólares de fundos de investimento.

Usando seu nome cantonês, Ho Wan Kwok, o Departamento de Justiça disse que Guo, também conhecido como Miles Guo, aproveitou seu reconhecimento como um crítico do governo do presidente chinês, Xi Jinping, para construir uma grande base de seguidores na internet enquanto estava exilado em Nova York.

Seus apoiadores foram incentivados a doar ou investir em empresas e organizações sem fins lucrativos controladas por Guo, incluindo o grupo GTV Media, cujo diretor era Bannon.

Essa atividade se expandiu para outros caminhos para arrecadar centenas de milhões de dólares, como um clube online que prometia a seus membros benefícios em bens de luxo, ou o emissor de criptomoedas Himalaya Exchange, que afirmava dar a seus investidores ações da GTV.

No entanto, o Departamento de Justiça disse que Guo e Je desviaram fundos para uso próprio, como para a compra da propriedade de Guo em Nova Jersey ou de seu iate, assim como de um carro Bugatti personalizado e de até dois colchões no valor de US$ 36.000 cada.

Em 2021, as autoridades financeiras dos Estados Unidos classificaram a solicitação de investimento da GTV como uma oferta pública ilegal. Guo foi multado e obrigado a reembolsar os investidores em US$ 487 milhões.

Desde então, as autoridades apreenderam cerca de US$ 634 milhões em fundos arrecadados por Guo e Je. Nesta quarta-feira, ambos foram acusados de vários crimes de fraude de segurança, fraude postal e lavagem de dinheiro.

“Esquemas fraudulentos de investimento vitimizam pessoas inocentes, e acabam por minar a confiança do público na integridade dos sistemas financeiros”, afirmou Michael Driscoll, diretor assistente do FBI.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo