Política
Militar em cargo político pode ferir a hierarquia das Forças Armadas, diz ministro da Defesa
Múcio já entregou ao Planalto uma proposta que obriga militares da ativa a se desvincularem das Forças ao decidirem participar da política
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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta quarta-feira 29 que a participação de militares em cargos políticos pode atingir a hierarquia das Forças Armadas.
Neste mês, Múcio entregou ao Palácio do Planalto uma proposta que obriga militares da ativa a se desvincularem das Forças ao decidirem participar da política.
“Você não pode imaginar como isso é salutar para o País e para a democracia. O militar tem carreira, ele serve ao Estado brasileiro, não a quem está no governo”, disse o ministro nesta quarta. “Se você sai para a política e tem insucesso, volta, não é nem mais o mesmo militar e fica sonhando com uma nova eleição. Aí, perde o princípio hierárquico das Forças Armadas.”
Múcio ainda destacou que o governo não pretende “proibir” o ingresso de militares na política. Segundo ele, o objetivo é dizer que “quem for, que seja feliz na política”. O ministro concedeu as declarações após participar de um evento do Superior Tribunal Militar, em Brasília.
Conforme o texto preparado pelo governo, militares que disputarem uma eleição serão compulsoriamente enviados para a reserva. Se não tiverem atingido o tempo mínimo necessário para entrar na reserva, serão desligados da Força em que servem.
A proposta, construída em conjunto por Defesa, Exército, Marinha e Aeronáutica, foi levada ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os passos seguintes envolvem o aval do presidente Lula (PT) e a apresentação da matéria ao Congresso Nacional.
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