Política
Governo fará primeiro concurso público para Funai em sete anos
Órgão enfrenta dificuldades para promover ações de fiscalizações e combate de ações ilegais em terras indígenas por falta de mão de obra
O governo federal paneja a abertura de concurso público para selecionar servidores para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a Funai. A seleção vai ocorrer depois de sete anos sem novas contratações para o órgão.
Segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira 6, a realização do concurso já está alinhada pelo governo Lula e deve receber aval do Ministério da Gestão em breve.
Nesta semana, Esther Dweck, ministra que comanda a pasta, anunciou que pretende lançar os editais dos primeiros concursos na segunda-feira, 10 de abril. A intenção, disse ela na ocasião, era atender aos órgãos com maior déficit de pessoal.
A Funai, atenderia, portanto, ao critério sinalizado. Com as negativas de realizações de novos concursos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o órgão atingiu o menor quadro de funcionários desde 2008.
Em 2022, a Justiça determinou a contratação de 600 funcionários temporários para atender a região amazônica, visando controlar as barreiras sanitárias em função da disseminação da Covid-19.
Atualmente a Funai conta com quase 2.500 funcionários, sendo apenas 1.400 efetivos, mas há ao menos 2.200 cargos vagos na fundação. Sem pessoal, as ações de fiscalização e combate a invasões em terras indígenas se torna ainda mais difícil.
Apesar do reforço de pessoal previsto na fundação, a estruturação de uma plano de carreira para servidores da Funai, reivindicado pelos trabalhadores da pasta, diz o jornal, deve ficar para depois.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.