Mundo
‘Americanos acham que a gente quer acabar com o dólar’, diz Lula a TV chinesa
Presidente comentou declaração que deu durante cerimônia do Banco dos Brics
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Lula-CCTV.png)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afastou a intenção de acabar com o dólar como base para o comércio internacional, durante entrevista à CCTV, emissora estatal da China, publicada na sexta-feira 14.
A declaração ocorreu em meio à sua visita a Xi Jinping nesta semana.
Na ocasião, Lula se referiu à afirmação que fez na quinta-feira 13, quando ele questionou “por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar”. O petista reconheceu a controvérsia da declaração.
“Os nossos amigos americanos têm sempre uma preocupação contra qualquer coisa nova que se crie, em se tratando de banco ou de moeda, porque eles acham que a gente quer acabar com o dólar como moeda referência para o comércio exterior. Foi assim quando se criou o euro na Europa. Os Estados Unidos ficaram muito ofendidos.”
Lula voltou a defender que o Brasil e a China possam negociar com base em suas próprias moedas, mas reforçou a necessidade de “tranquilidade” nas iniciativas adotadas pela parceria econômica.
“Estou convencido de que nós não temos que ter pressa de transformar o Banco dos Brics num extraordinário banco. Nós temos que trabalhar com muita tranquilidade, sem atropelos, não cometer erros, para que o Banco dos Brics seja uma referência para os países em desenvolvimento”, afirmou.
Na visita ao homólogo chinês, Lula assinou 15 acordos que envolvem cooperações tecnológicas e ambientais. O petista também presenciou a cerimônia de posse de Dilma Rousseff no Banco dos Brics, instituição multilateral que oferece créditos a projetos de desenvolvimento, como alternativa ao Fundo Monetário Internacional.
Na sequência, Lula se dirigiu para uma agenda nos Emirados Árabes Unidos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/04/WhatsApp-Image-2023-04-15-at-12.30.53-1-300x173.jpeg)
Após firmar acordos na China, Lula faz escala comercial nos Emirados Árabes Unidos
Por AFP![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Capa-para-matéria-1064-×-614-px-99-300x173.png)
Lula é recebido por Xi Jinping ao som de música que marcou o prenúncio do fim da ditadura
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Captura-de-Tela-2023-04-14-às-09.52.54-300x193.png)