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Gasto de R$ 35 mil com roupa de cama registrado no Portal da Transparência desmente Michelle Bolsonaro

A ex-primeira-dama tem dito que foi obrigada a usar enxoval pessoal para evitar gastos, mas documentos revelam compra dos itens em 2020

Foto: Isac Nóbrega/PR
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Documentos publicados no Portal da Transparência indicam que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) estaria mentindo ao afirmar que não comprou enxovais para o Palácio do Alvorada em ‘respeito ao contribuinte’. Ela fez a afirmação para rebater as acusações de que teria se apropriado do mobiliário da residência oficial.

A análise dos documentos que revelam o gasto de 35,3 mil reais com roupas de cama e toalhas de banho foi feita nesta terça-feira 18 pelo jornal O Globo. A compra desmente o que disse Michelle no final de semana, quando afirmou que ficou por 4 anos no Alvorada usando seus próprios lençóis por opção.

“Nós não fizemos nenhuma licitação de enxoval. Não tinha uma roupa de cama descente. Usei os meus lençóis na minha cama porque eu entendi o momento que nós estávamos vivendo”, disse a ex-primeira-dama em sua rede social.

A afirmação da falta de lençóis foi repetida por ela em entrevista à CNN Brasil na segunda-feira. Ela chegou a dizer que foi aconselhada a não fazer a compra porque o fato poderia ser usado contra ela. “[Diriam que eu tinha] saído de Ceilândia para comprar lençol de seda e viver no luxo em Brasília”.

Na prática, porém, a gestão do seu marido realizou duas compras de roupas de cama e toalhas em 2020. Em julho de 2020, mostra o jornal, uma licitação no valor de 14,6 mil reais adquiriu diversos itens, como conjuntos de roupa de cama, colcha de cama de casal, fronha, travesseiro de plumas, toalhas brancas de fio egípcio e tapetes felpudos. Itens semelhantes foram comprados em dezembro daquele mesmo ano ao valor de 20,6 mil reais.

Apesar dos dados mostrarem o gasto, nas redes sociais, Michelle insiste na narrativa de que usou seus próprios lençóis. Ela repetiu, mesmo diante da revelação do jornal, as afirmações que fez para a CNN. Questionada pela reportagem, ela não comentou o assunto.

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