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Novo líder oposicionista francês flerta com o neofascismo

Jean-François Copé diz existir racismo contra brancos e endurece discurso contra muçulmanos

Jean-François Copé, o novo líder do UMP, o partido de Sarkozy. Foto: Thomas Samson / AFP
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A disputa pela liderança da União por um Movimento Popular (UMP) levou a legenda de centro-direita derrotada no pleito Presidencial francês a adotar uma linha neofascista. A eleição entre os rivais, o ex-premier de Nicolas Sarkozy, François Fillon, e Jean-François Copé, ex-ministro do Orçamento e ex-Secretário-Geral da agremiação conservadora, ocorreu há uma semana.

E até agora não há um vencedor.

A razão?

Copé, de 48 anos, teria vencido na eleição interna da legenda no último dia 18 por meros 98 votos. Fillon, de 58 anos, contesta o resultado e cogita uma ação legal contra o rival.

No entanto, na noite de segunda-feira 26, uma comissão especial da UMP confirmou a vitória de Copé. Mesmo assim, Fillon se recusa a aceitar o veredicto da comissão. O entrevero continua.

Nesta terça-feira 17 Fillon criou sua própria facção no Parlamento (R-UMP), que só será dissolvida se houver uma nova votação para a liderança da legenda.

A luta de egos é grotesca, mas caso Copé leve a melhor seu final não será nada positivo.

Copé flerta ainda mais do que Sarkozy com eleitores da legenda de extrema-direita, a Frente Nacional. Ele se autoproclama o líder de uma direita “sem complexos”.

Martela, por exemplo, que nos bairros de imigrantes existe um crescente racismo contra os brancos. Mais: quer banir a burka das ruas, e seus discursos em relação aos muçulmanos e a imigração são mais duros do que os de Fillon.

Fillon, por sua vez, é um centrista na linha de De Gaulle.

Inquieto, como os vários integrantes da agremiação, o ex-premier Alain Juppé disse aos dois rivais para chegarem a um acordo, caso contrário “a existência da legenda está em jogo”. De fato, a UMP corre o risco de deixar de existir.

Até pouco tempo, centristas sempre levavam vantagens em escrutínios. Sarkozy, por exemplo, se dizia centrista, mas, como dito acima, flertava com o discurso xenófobo da Frente Nacional para angariar votos. E assim venceu as eleições de 2007.

O mesmo poderia acontecer com Copé. Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, terá menos eleitores, visto que o discurso de Copé não é tão diferente do seu.

Quem perde com essa rixa é o conservadorismo moderado – e necessário para uma democracia – de Fillon.

Os vencedores, claro, são os socialistas no poder.

De qualquer modo, Copé, a exprimir ideias reacionárias e a liderar um partido conservador, hoje aceitas Europa afora, poderia ser o novo presidente da França.

A disputa pela liderança da União por um Movimento Popular (UMP) levou a legenda de centro-direita derrotada no pleito Presidencial francês a adotar uma linha neofascista. A eleição entre os rivais, o ex-premier de Nicolas Sarkozy, François Fillon, e Jean-François Copé, ex-ministro do Orçamento e ex-Secretário-Geral da agremiação conservadora, ocorreu há uma semana.

E até agora não há um vencedor.

A razão?

Copé, de 48 anos, teria vencido na eleição interna da legenda no último dia 18 por meros 98 votos. Fillon, de 58 anos, contesta o resultado e cogita uma ação legal contra o rival.

No entanto, na noite de segunda-feira 26, uma comissão especial da UMP confirmou a vitória de Copé. Mesmo assim, Fillon se recusa a aceitar o veredicto da comissão. O entrevero continua.

Nesta terça-feira 17 Fillon criou sua própria facção no Parlamento (R-UMP), que só será dissolvida se houver uma nova votação para a liderança da legenda.

A luta de egos é grotesca, mas caso Copé leve a melhor seu final não será nada positivo.

Copé flerta ainda mais do que Sarkozy com eleitores da legenda de extrema-direita, a Frente Nacional. Ele se autoproclama o líder de uma direita “sem complexos”.

Martela, por exemplo, que nos bairros de imigrantes existe um crescente racismo contra os brancos. Mais: quer banir a burka das ruas, e seus discursos em relação aos muçulmanos e a imigração são mais duros do que os de Fillon.

Fillon, por sua vez, é um centrista na linha de De Gaulle.

Inquieto, como os vários integrantes da agremiação, o ex-premier Alain Juppé disse aos dois rivais para chegarem a um acordo, caso contrário “a existência da legenda está em jogo”. De fato, a UMP corre o risco de deixar de existir.

Até pouco tempo, centristas sempre levavam vantagens em escrutínios. Sarkozy, por exemplo, se dizia centrista, mas, como dito acima, flertava com o discurso xenófobo da Frente Nacional para angariar votos. E assim venceu as eleições de 2007.

O mesmo poderia acontecer com Copé. Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, terá menos eleitores, visto que o discurso de Copé não é tão diferente do seu.

Quem perde com essa rixa é o conservadorismo moderado – e necessário para uma democracia – de Fillon.

Os vencedores, claro, são os socialistas no poder.

De qualquer modo, Copé, a exprimir ideias reacionárias e a liderar um partido conservador, hoje aceitas Europa afora, poderia ser o novo presidente da França.

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