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Bolsonaro diz que aposta em um pedido de vista para ter sobrevida no TSE

De acordo com o ex-capitão, sua expectativa é de que o ministro Raul Araújo, segundo a votar no caso, seja o autor do pedido de interrupção

Foto: Reprodução/Twitter
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta sexta-feira 23, o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que pode torná-lo inelegível. Em entrevista para a Rádio Gaúcha, o ex-capitão reclamou da inclusão da minuta golpista como prova do caso. Ele aposta, porém, em um pedido de vista para ganhar tempo de ‘clarear’ os acontecimentos.

Segundo alegou na conversa com a rádio, o tribunal não deveria acatar a tese que liga a reunião com embaixadores em que foram disseminadas mentiras sobre o processo eleitoral e a tentativa de ruptura democrática do 8 de Janeiro.

“Eu espero que seja feita justiça. Temos aquele precedente de 2017, que virou uma jurisprudência, que no processo original você não pode agregar outros fatos, como fizeram comigo”, afirmou. “Agregaram até o ocorrido em 8 de Janeiro deste ano”, disse o ex-presidente.

A rejeição da inclusão da minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, é um dos principais argumentos da defesa do ex-capitão no Tribunal. A linha é de que, em 2017, a Corte Eleitoral absolveu a chapa formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) porque desconsiderou fatos atrelados ao processo em fase posterior à inicial. 

Na entrevista desta sexta, Bolsonaro também afirmou que trabalha com a possibilidade de algum ministro do TSE pedir vista no julgamento da ação, o que poderia adiar o julgamento. Apesar de seu principal aliado na Corte ser Kassio Nunes Marques, a expectativa do ex-capitão é que o pedido seja feito pelo ministro Raul Araújo

O primeiro a votar depois do relator é o ministro Raul, conhecido por ser um jurista que tem bastante apego à lei, apesar de estar num tribunal político. Há possibilidade de pedir vista, é bom porque ajuda a gente a clarear os fatos”, afirmou.

Sobre o objeto específico da ação – a reunião realizada com embaixadores -, Bolsonaro tornou a dizer que “não atacou o sistema eleitoral”, mas que “mostrou a verdade”. Apesar da afirmação, os fatos desmentem Bolsonaro

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