Justiça

Conselho do Ministério Público abre fiscalização interna sobre atuação na Lava Jato

A justificativa é a necessidade de ‘simetria’, uma vez que o CNJ já realiza uma correição extraordinária nos tribunais da operação

A sede do MPF no Paraná. Foto: Divulgação/MPF
Apoie Siga-nos no

O Conselho Nacional do Ministério Público determinou a abertura de um processo de correição extraordinária nas unidades do MPF responsáveis pela Lava Jato.

O procedimento ocorrerá entre 12 e 14 de julho, a cargo da Corregedoria Nacional do MP, “com o fim de apurar o funcionamento e a regularidade do serviços funcionais, especialmente na atuação perante os feitos judiciais e administrativos relacionados à operação”.

O ofício, expedido na segunda-feira 3, determina a comunicação à Procuradoria-Geral da República e à Procuradoria da República no Paraná.

Segundo o corregedor nacional do Ministério Público, conselheiro Oswaldo D’Albuquerque, “incumbe à Corregedoria Nacional realizar correições, inclusive de ofício, com vistas a apurar fatos relacionados aos serviços do Ministério Público, em todas as áreas de atuação, havendo ou não evidências de irregularidade”.

A justificativa é a necessidade de “simetria e corolário lógico”, uma vez que o Conselho Nacional de Justiça já realiza uma correição extraordinária na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, os tribunais responsáveis pela Lava Jato.

A investigação interna conduzida pelo CNJ começou após o juiz Eduardo Appio ser afastado da 13ª Vara pelo TRF-4. Em depoimento, ele afirmou que estava investigando o destino de 3,1 bilhões de reais obtidos em acordos de colaboração no âmbito da Lava Jato.

A decisão de retirar Appio do comando da operação atendeu a uma representação do desembargador federal Marcelo Malucelli, que afirmou que seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, recebeu uma ligação telefônica com “ameaças”. O TRF-4 teria indícios de que Appio seria o responsável pelo telefonema.

Os advogados de defesa protocolaram, então, um laudo pericial conduzido por Pablo Arantes, professor-adjunto do Laboratório de Fonética do Departamento de Letras na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo. Segundo ele, não há indícios suficientes para sustentar que seja de Appio a voz registrada no telefonema.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo