Justiça
Ataque a Moraes em aeroporto pode configurar ‘grave ameaça ao exercício de funções constitucionais’, diz PGR
A manifestação do MPF sustentou a decisão do STF de autorizar busca e apreensão contra os suspeitos
A Procuradoria-Geral da República sustentou, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, que o ataque ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no Aeroporto de Roma, pode configurar uma “grave ameaça ao livre exercício das funções constitucionais”. A peça foi revelada nesta terça-feira 18 pela TV Globo.
A PGR apontou também “indícios de crimes que atingem a esfera individual do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares”. A peça sustentou a decisão da presidente do STF, Rosa Weber, de autorizar a Polícia Federal a fazer busca e apreensão em endereços de suspeitos no caso.
Os alvos da PF são o empresário Roberto Mantovani Filho, a esposa dele, Andreia Mantovani, e o genro do casal, Alex Zanatta. As diligências foram cumpridas na tarde desta terça no interior de São Paulo.
Mantovani Filho negou à PF ter agredido o filho de Moraes. De acordo com a defesa, o suspeito admitiu ter agido para “afastar” o homem de sua esposa depois de supostas ofensas serem direcionadas a ela. Zanatta já depôs e negou as agressões.
Também nesta terça, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que autoridades italianas confirmaram ter havido agressão no aeroporto.
O petista admitiu, porém, não ter visto as imagens do local. As gravações devem chegar à Polícia Federal brasileira até o final desta semana, por meio de uma cooperação internacional.
“Sei dessas informações desde ontem, de que, de fato, a parceria com autoridades da Itália confirmava a agressão e certamente os depoimentos para a Polícia Federal vão esclarecer ainda mais as agressões”, disse Padilha em entrevista ao UOL.
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