Mundo
Macron defende inclusão do aborto na Constituição francesa ‘o mais rápido possível’
A medida foi aprovada pelas duas câmaras do Parlamento; resta decidir se a mudança será registrada como um “direito”, como aprovado pela Assembleia, ou como uma “liberdade”, como deseja o Senado
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/10/000_33XF4VP.jpg)
O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira (4) a inclusão do aborto na Constituição da França “o mais rápido possível”, entre outras reformas da Carta Magna por ocasião de seu 65º aniversário.
A medida foi aprovada pelas duas câmaras do Parlamento, que agora precisam decidir se a mudança será registrada como um “direito”, como aprovado pela Assembleia, ou como uma “liberdade”, como deseja o Senado.
Macron, que já abordou a “liberdade” do aborto para as mulheres, pediu a retomada das discussões para chegar a um acordo “o mais rápido possível” e assim reunir as duas câmaras para a aprovação final.
Em um cenário em que várias forças políticas, sobretudo de esquerda, pedem um processo constituinte que gere uma nova Carta Magna, o presidente centrista defendeu a atual, mas se disse aberto a realizar algumas alterações.
Entre suas bandeiras está a simplificação da convocação de referendos e a ampliação do alcance de temas como a imigração, como pede a direita e a extrema-direita, embora tenha reforçado que respeita o “Estado de direito”.
Além disso, Macron prometeu uma “nova etapa de descentralização” territorial, citando discussões em curso na Nova Caledônia, no Pacífico Sul, em Córsega e no Mediterrâneo.
A França descriminalizou o aborto em 1975 com uma lei promovida por Simone Veil, símbolo da emancipação feminina e sobrevivente do Holocausto. Em 2022, estendeu o prazo para a realização deste procedimento para até 14 semanas.
Diante da anulação do direito ao aborto a nível nacional nos Estados Unidos pela Suprema Corte, em junho de 2022, a França iniciou ações políticas para proteger o direito.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/09/ilustracao-depo-aborto-300x203.jpg)
‘Eu tentaria um aborto de novo, não vou mentir’
Por Camila da Silva![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/09/53222958613_084d30ea61_o-300x200.jpg)
Debate sobre o aborto no Brasil ‘talvez ainda não esteja maduro’, diz Barroso, novo presidente do STF
Por Wendal Carmo![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/09/1278-capamari-300x200.gif)
Inquisição na berlinda
Por Camila da Silva e Mariana Serafini![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/09/ja_0377-300x179.jpg)
Projetos antiaborto avançam no Congresso enquanto descriminalização segue suspensa no STF
Por Agência Pública![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/09/CAPA-para-matéria-1064-×-614-px-6-1-300x173.png)