CartaExpressa

A proposta do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo em Gaza

A resolução costurada pelo Brasil condena os atos terroristas do Hamas e faz um apelo para que Israel abandone o ultimato dado aos habitantes de Gaza

O chanceler Mauro Vieira representa o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Foto: ANGELA WEISS / AFP
Apoie Siga-nos no

O Brasil irá propor ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução que costura um cessar-fogo em Gaza. O texto está em fase final de consulta interna antes de ser levado para votação. Para ser aprovado, precisa de ao menos 9 votos e nenhum veto dos membros permanentes do grupo.

O teor do documento foi revelado pelo jornalista Jamil Chade, do site UOL, que obteve uma das versões da fase final da discussão. Os termos do documento também foram confirmados reservadamente pelo jornal O Globo com fontes que participam da elaboração.

Os dois pontos principais da proposta brasileira tentam equilibrar interesses de todos os envolvidos. Neste aspecto, a proposta de resolução condena sem meias palavras os atos terroristas do Hamas contra Israel. A declaração tenta evitar um veto de Estados Unidos, Reino Unido e França. A afirmação é seguida por um pedido para a libertação dos reféns mantidos pelo grupo islâmico.

Em seguida, o outro pilar do texto brasileiro se concentra em pedidos direcionados a Israel. O principal deles é para que o governo local abandone o ultimato dado aos habitantes de Gaza, encerrado no sábado 14, e assim freie a incursão militar no enclave. A proposta de resolução brasileira também cobra Israel pelo fim do cerco total da região, que deixou Gaza sem água, comida e eletricidade.

Há também no texto um pedido para que outros membros da região façam ‘o máximo de contenção’ para que os conflitos não se alastrem pelo Oriente Médio. Desde a semana passada, há o temor que Irã, Líbano e Síria sejam envolvidos na disputa. Troca de disparos nas fronteiras já foram registradas, bem como diversas acusações hostis.

Cessar-fogo

Como conclusão principal, o texto pede a criação de um cessar-fogo humanitário na região onde o conflito brutal se arrasta há 10 dias e já matou mais de 3.800 pessoas, sendo a maioria esmagadora de civis. A proposta prevê também um pedido de acesso das agências da ONU às populações mais necessitadas.

Os termos de condenação ao Hamas e os pedidos para que Tel Aviv abandone sua principal estratégia de guerra tenta equilibrar as posições de todos os membros do Conselho em uma mesma resolução. Sem os fortes termos contra o grupos islâmicos, desembarcariam os ocidentais liderados pelos EUA. Já as condições contra Israel não estiverem postas, chineses e russos tendem a vetar o documento.

Há, segundo Chade, uma expectativa de que a resolução possa ser votada nesta segunda-feira. Antes, porém, é preciso ‘calibrar os termos’ que fazem referência ao Hamas e a Israel, resume o jornalista.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar