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Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta da Rússia com pedido de cessar-fogo em Gaza

Resolução russa pedia também a abertura de corredores humanitários e condenava todos os atos terroristas

Modelo ultrapassado. A reforma do Conselho de Segurança continua na pauta – Imagem: Loey Felipe/ONU
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O Conselho de Segurança da ONU rejeitou, nesta segunda-feira 16, o projeto de resolução da Rússia para um cessar-fogo em Gaza, região que está no centro do conflito armado entre Israel e o grupo palestino Hamas. A proposta recebeu cinco votos a favor e cinco contrários. Seis países se abstiveram, entre eles o Brasil.

A resolução russa pedia cessar-fogo imediato na região e a abertura de corredores humanitários. O texto também condenava todos os atos terroristas, mas não fazia nenhuma menção ao Hamas.

O confronto no Oriente Médio já deixou mais de 4 mil mortos, sendo a maioria de civis. Organizações internacionais têm emitido alertas sobre as condições humanitárias catastróficas na região.

Com a rejeição da proposta do Kremlin, a reunião foi suspensa e deve ser retomada nesta terça-feira.

Resolução proposta pelo Brasil ganha força

Agora, a expectativa é que os países-membros das Nações Unidas passem a discutir o texto apresentado pelo governo brasileiro na retomada do encontro.

Os dois pontos principais da proposta brasileira tentam equilibrar interesses de todos os envolvidos. Neste aspecto, a proposta de resolução condena sem meias palavras os atos terroristas do Hamas contra Israel – a declaração tenta evitar um veto de Estados Unidos, Reino Unido e França.

Outro pilar do texto se concentra em pedidos direcionados a Israel. O principal deles é para que o governo local abandone o ultimato dado aos habitantes de Gaza, encerrado no sábado 14, e assim freie a incursão militar no local.

A proposta de resolução brasileira também cobra Israel pelo fim do cerco total da região, que deixou Gaza sem água, comida e eletricidade.

Há também no texto um pedido para que outros membros da região façam ‘o máximo de contenção’ para que os conflitos não se alastrem pelo Oriente Médio. Desde a semana passada, há o temor que Irã, Líbano e Síria sejam envolvidos na disputa. Troca de disparos nas fronteiras já foram registradas, bem como diversas acusações hostis.

Para uma resolução ser aprovada no Conselho de Segurança é preciso que haja votos favoráveis de nove dos 15 membros. Nenhum dos cinco membros permanentes  – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – podem votar negativamente porque possuem poder de veto.

Esta é a segunda reunião do Conselho que termina sem consenso. Na semana passada, o chanceler brasileiro Mauro Vieira cobrou celeridade dos líderes mundiais na construção de um ponto comum diante da ameaça de uma catástrofe humanitária.

“O Conselho tem uma responsabilidade crucial, tanto na resposta imediata aos acontecimentos da crise humanitária do momento, assim como nos estágios futuros, ao intensificar as relações multilaterais necessárias para restaurar um processo de paz”, destacou. “Nem os israelenses, nem os palestinos deveriam passar por sofrimentos semelhantes outra vez”.

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