Política

Quem era o miliciano que morreu antes dos incêndios em mais de 30 ônibus no Rio

Conhecido como Faustão e Teteu, Matheus Rezende era considerado o número 2 da milícia atuante na região

Fotos: Divulgação e Reprodução/TV Globo
Apoie Siga-nos no

Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, morreu nesta segunda-feira 23, após ser baleado em uma operação da Polícia Civil em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele era sobrinho do miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho.

Conhecido como Faustão e Teteu, Matheus era considerado o número 2 da maior milícia do Rio – chefiada por Zinho – e investigado por pelo menos 20 mortes. A operação que levou à morte do miliciano foi comandada pela Coordenadoria de Recursos Especiais e pelo Departamento Geral de Polícia Especializada.

Após a morte de Faustão, pelo menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no Rio de Janeiro, em protesto. O governador Cláudio Castro (PL) chamou os ataques de “terrorismo” e disse que espera ver Zinho preso “nas próximas horas”.

Em setembro, Zinho, Matheus e mais quatro pessoas foram denunciados pelo Ministério Público do Rio pelo homicídio de Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e seu amigo Maurício Raul Atallah, em agosto de 2022.

Jerominho foi vereador entre 2000 e 2008 e fundador da milícia privada conhecida como Liga da Justiça.

Além de Zinho e Matheus, foram denunciados Rodrigo dos Santos, vulgo Latrell ou Eclesiastes 3; Alan Ribeiro Soares, conhecido como Nanã ou Malvadão; Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Costelinha; e Yuren Cleiton Felix da Silva, o Naval.

Segundo a denúncia, Alan, Paulo David, Yuren e uma pessoa não identificada, seguindo as ordens de Zinho, Rodrigo e Matheus, dispararam várias vezes contra as vítimas, que haviam acabado de estacionar o carro em frente a um supermercado.

De acordo com o MP, as investigações apontaram que Maurício Raul Atallah foi morto porque estava ao lado de Jerominho, o alvo do ataque.

Matheus é o terceiro membro da família a morrer em confrontos com a polícia do Rio.

Em 2017, um tio dele, conhecido como Carlinhos Três Pontes, morreu em uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital. Em 2021, outro tio, Ecko, morreu em Paciência, na Zona Oeste do Rio. Depois disso, Zinho assumiu o comando da milícia.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo