Justiça
Justiça retira mandato de vereador paulistano após ataques a judeus
Justiça de SP considerou que Adilson Amadeu (União-SP) causou ataques antissemitas ao enviar, em 2020, áudio contra judeus
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A Justiça de São Paulo condenou o vereador Adilson Amadeu (União-SP) à perda de mandato em razão de atos preconceituosos contra judeus. O vereador paulista também deverá prestar serviços comunitários por dois anos e seis meses, além de pagar multa de dez salários mínimos. A decisão foi tomada no último sábado 28 pela juíza Renata William Rached Catelli, da 21ª Vara Criminal de São Paulo.
O caso, apesar de ganhar nova repercussão com a guerra entre Israel e Hamas, aconteceu em abril de 2020. À época, Amadeu enviou um áudio para grupos do aplicativo Whatsapp, em que associou o judaísmo ao que considerou uma “sem-vergonhice grande”.
“[…] Que é uma p… duma sem-vergonhice, que eles querem que quebra todo mundo, para todo mundo fica na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu até tô até respondendo a um processo, porque quando entra Albert Einstein, Grupo Lide é que tem sem-vergonhice grande, sem-vergonhice que eu nunca vi na minha vida”, declarou o vereador. Ele foi denunciado em julho de 2020.
De acordo com a magistrada, Amadeu proferiu um discurso considerado preconceituoso, e “extrapolou o direito à liberdade de expressão constitucionalmente previsto, quando contribuiu para perpetuar e reforçar processos de estigmatização contra o judaísmo”.
A defesa do vereador alegou que ele compartilhou o áudio “com amigos de infância e que o seu alvo nunca foram os judeus, e sim a Administração Pública Municipal e Estadual, durante a pandemia”. Os advogados afirmaram, também, que Amadeu enviou um pedido formal de desculpas à Federação Israelita de São Paulo. A instituição, porém, nega que tenha recebido a mensagem.
Essa não é a primeira condenação de Adilson Amadeu por injúria racial. Em 2022, ele foi condenado pelo crime (e por ataques antissemitas) contra o vereador paulistano Daniel Annenberg (PSDB), durante uma sessão na Câmara Municipal de São Paulo.
Sobre a sentença proferida no último final de semana, a defesa do vereador disse que “o referido processo está sob segredo de justiça e, portanto, é vedado qualquer pronunciamento a respeito de seu teor”.
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