Mundo

A principal explicação para a vitória de Milei na Argentina, segundo Alberto Fernández

O presidente também questiona os dados oficiais que indicam haver 40% da população na pobreza

Encontro entre Alberto Fernández e Javier Milei, em 21 de novembro de 2023. Foto: AFP/Presidência da Argentina
Apoie Siga-nos no

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, aponta a inflação como o principal motivo para a derrota de seu partido na eleição deste ano e questiona os dados oficiais que indicam haver 40% da população na pobreza. As declarações foram concedidas em entrevista à agência Noticias Argentinas divulgada neste domingo 3.

No pleito presidencial, Fernández apoiou a candidatura de seu ministro da Economia, Sergio Massa, derrotado pelo ultradireitista Javier Milei, que tomará posse no próximo domingo 10.

“Primeiro é preciso se perguntar por que perdemos, e não podemos pensar que perdemos porque as pessoas estão equivocadas. Perdemos porque evidentemente o problema inflacionário se aprofundou com a falta de dólares”, avaliou o presidente. “Quando a inflação atinge os níveis que atingiu, os bolsos se deterioram e não pudemos encontrar uma resposta para isso.”

A inflação acumulada em 12 meses no país chega a 143%, em meio também a uma forte escassez de dólares e com o acesso bloqueado aos mercados internacionais de crédito –  por isso, uma emissão monetária para cobrir o déficit nas finanças públicas alimentou a espiral inflacionária.

Sobre o dado oficial de 40,1% de pobres no país, Fernández disse à NA que “se houvesse tanta pobreza, a Argentina teria explodido”.

“Acho que a pobreza está mal medida”, prosseguiu o presidente. “Não consigo entender como se concilia que haja 40% de pobreza e ao mesmo tempo tenhamos 37 meses consecutivos de criação de empregos. Há algo que não fecha para mim.”

(Com informações da AFP)

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo