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Israel expande ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza
O retorno a uma guerra aberta após o fim da trégua teve um efeito dominó em uma região à beira de uma grande conflagração
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Israel ampliou nesta segunda-feira (4) sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que aumenta a preocupação internacional com o número elevado de civis mortos na guerra, iniciada pelos ataques do grupo islamista em 7 de outubro.
O retorno a uma guerra aberta após o fim da trégua teve um efeito dominó em uma região à beira de uma grande conflagração.
Desde o fim da trégua na sexta-feira (1), os combates em Gaza foram retomados entre os integrantes do Hamas e os soldados israelenses, assim como os lançamentos de foguetes contra Israel e os bombardeios aéreos contra o território palestino.
O Exército israelense relatou no domingo que vários foguetes foram lançados a partir de Gaza, a maioria dos quais foram interceptados.
O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, e a agência oficial palestina Wafa informaram que a entrada do hospital Kamal Adwan, no norte do território, foi atingida por um ataque.
Várias pessoas morreram no local, segundo a Wafa. O Hamas acusou Israel de “grave violação” do direito humanitário.
Questionadas pela AFP, as Forças de Defesa Israelenses (FDI) não comentaram o suposto ataque.
Israel afirma que o Hamas utiliza os hospitais e outras instalações civis com objetivos militares, o que o grupo islamista nega.
“As FDI continuam expandindo sua operação terrestre contra as principais frentes do Hamas na Faixa de Gaza”, declarou o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari.
“Onde existe um reduto do Hamas, as FDI operam no local”, acrescentou Hagari no domingo.
Impasse nas negociações
Israel prometeu aniquilar o Hamas como represália ao ataque de 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.
O Ministério da Saúde de Gaza, sob controle do Hamas, afirma que mais de 15.500 pessoas morreram no território desde o início da ofensiva israelenses – mais da metade mulheres e menores de idade.
Sob uma trégua obtida com a mediação do Catar, além do apoio do Egito e dos Estados Unidos, 80 reféns israelenses foram liberados em troca da saída de 240 detentos palestinos das prisões de Israel.
Mais de 20 reféns adicionais também foram liberados em Gaza, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel.
Os combates foram retomados na sexta-feira após o fim da trégua, sem um acordo para prorrogar a pausa, apesar da pressão internacional.
No sábado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou a saída dos representantes israelenses do Catar “após um impasse nas negociações” para renovar a trégua.
Com 137 reféns ainda em Gaza, segundo o Exército israelenses, o Hamas descartou novas libertações até o anúncio de um cessar-fogo permanente.
As FDI informaram no domingo que efetuaram quase 10.000 bombardeios aéreos desde o início da guerra.
“Nas últimas horas, apenas 316 mortos e 664 feridos puderam ser retirados dos escombros e transportados para hospitais, mas muitos outros ainda estão sob os escombros”, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al Qudra.
O número cada vez maior de mortes em Gaza gera preocupação internacional com a conduta de Israel na guerra para erradicar o Hamas.
No domingo, os hospitais no sul de Gaza estavam lotados de mortos e feridos, alguns gritando de dor.
“Estou ficando sem palavras para descrever os horrores que atingem as crianças aqui”, disse James Elder, porta-voz da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em um vídeo do hospital Nasser em Khan Yunes.
“Este é o pior bombardeio na guerra no sul de Gaza. Estou vendo muitas vítimas crianças”, acrescentou no vídeo, publicado na rede social X.
Another intense evening of attacks here in Khan Younis, in #Gaza pic.twitter.com/682rHFai4l
— James Elder (@1james_elder) December 3, 2023
Huda, de 9 anos, chegou ao hospital Deir al Balah em um comboio da Cruz Vermelha com vítimas do norte de Gaza. A menina sofreu “uma hemorragia cerebral e foi conectada a um respirador artificial em cuidados intensivos”, contou seu pai à AFP. “Ela não está mais respondendo”, repetiu Abdelkarim Abu Warda, sem conter as lágrimas.
Drones no Mar Vermelho
O governo dos Estados Unidos, que fornece bilhões de dólares em ajuda militar anual a Israel, intensificou os apelos por proteção aos civis de Gaza.
“Muitos palestinos inocentes morreram”, declarou a vice-presidente Kamala Harris na COP28 em Dubai.
Eylon Levy, porta-voz do governo israelense, culpou o Hamas pelas mortes e disse que as vítimas “estariam vivas” se o grupo islamista não tivesse executado os ataques de 7 de outubro.
Em meio a temores de uma propagação do conflito pela região, um destróier americano derrubou vários drones sobre o Mar Vermelho quando auxiliava navios comerciais que foram alvos de ataques procedentes do Iêmen, informou o Comando Central dos Estados Unidos.
Rebeldes houthis no Iêmen, apoiados pelo Irã, afirmaram que atacaram dois navios. Também lançaram drones e mísseis contra Israel nas últimas semanas.
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