Mundo
Fórum de Doha termina sem respostas para o futuro de Gaza após a guerra
Líderes do Oriente Médio se opõem ao envio de tropas ao território, onde as forças israelenses combatem o Hamas
Líderes do Oriente Médio se reuniram no Catar em busca de soluções para o futuro da Faixa de Gaza, com a única certeza de que se opõem ao envio de tropas ao território, onde as forças israelenses combatem o Hamas.
A questão palestina é um tema muito sensível no mundo árabe, onde a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas desencadeou protestos em massa em diversos países.
No domingo 10 e na segunda-feira 11, durante o fórum anual de Doha, o Catar insistiu que nenhum país árabe enviaria forças armadas a Gaza para estabilizar a situação após o fim da guerra.
O conflito foi desencadeado em 7 de outubro, após o ataque de milicianos do Hamas em Israel, no qual foram mortas cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e cerca de 240 foram sequestradas.
Desde então, o Estado hebreu bombardeia o estreito território palestino e iniciou em 27 de outubro o lançamento das operações terrestres.
O Hamas afirma que mais de 18.000 pessoas morreram em Gaza desde o início da ofensiva israelense.
“Ninguém na região aceitará enviar tropas para o campo [para enfrentar] um tanque israelense. Isso é inaceitável”, declarou o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani.
O ministro também se opôs ao envio de uma força internacional a Gaza nas condições atuais.
Em Doha, os palestinos foram representados pela Autoridade Palestina, no poder na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967. O território da Faixa de Gaza é governado desde 2007 pelo Hamas.
Apesar da rivalidade, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, disse que o Hamas não poderia ser “aniquilado” da maneira que Israel deseja.
O Hamas “é parte integral do mosaico político palestino”, destacou durante a reunião.
O primeiro-ministro jordaniano, Bisher Khasawneh, falou sobre “o dia seguinte” da guerra e pontuou que, caso não fosse enfrentado, ocorreriam “cenários ainda mais terríveis dentro de um ou dois anos”.
O líder da Jordânia espera que a guerra sirva como um “sinal de alerta”, especialmente devido ao risco de expansão do conflito pela região.
O fórum de Doha não resultou em nenhuma declaração ou medida concreta. A Arábia Saudita, o Líbano e o Egito não foram representados em alto nível.
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