Mundo
México e Estados Unidos anunciam criação de plano conjunto para tentar controlar nova onda migratória
A reunião acontece num momento em que o número de pessoas cruzando a fronteira ilegalmente atinge níveis recordes
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/12/000_348V4KL.jpg)
O secretário de Estado, Antony Blinken, esteve reunido nesta quarta-feira (27) durante cerca de duas horas com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. O objetivo era criar um plano para retardar o aumento de migrantes cruzando a fronteira comum dos dois países. Somente em dezembro, as autoridades da fronteira contabilizaram cerca de 10 mil travessias ilegais por dia.
O presidente mexicano garantiu que foram alcançados “acordos importantes”. Por meio de suas redes sociais, o presidente disse que foram discutidas questões de cooperação econômica, segurança e migração. “Agora, mais do que nunca, uma política de boa vizinhança é essencial”, escreveu.
O representante dos Estados Unidos também utilizou a rede social X, antigo Twitter, para comentar a reunião. Ele disse que ambos países estão “empenhados em estabelecer parcerias para enfrentar os desafios comuns, incluindo a gestão da migração irregular sem precedentes na região, a reabertura dos principais portos de entrada e o combate ao fentanil ilícito e outras drogas sintéticas”, comentou.
A chanceler mexicana, Alicia Bárcenaga, classificou a reunião como “excelente” e disse que o encontro reafirmou a “amizade, compromisso e trabalho conjunto” e assegurou que um dos acordos é a criação de um grupo de trabalho para resolver o fenômeno migratório.
Níveis recordes de migrantes
A reunião acontece num momento em que o número de pessoas cruzando a fronteira ilegalmente atinge níveis recordes. Em 2023, mais de meio milhão de migrantes, muitos deles fugindo do crime, da pobreza e de conflitos regionais, cruzaram a selva de Darien Gap para a América Central. Isso é o dobro do número de pessoas que tentaram a jornada em 2022.
Houve um aumento também no número de detidos na fronteira, pressionado a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras a fecharam brevemente duas passagens ferroviárias com o México no último dia 18 de dezembro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.