Mundo

Ucrânia autoriza o uso de esperma e óvulos congelados de soldados mortos

Nenhum deputado votou contra a medida, apoiada pelo Ministério da Saúde

Registro de um incêndio em um prédio após um ataque a míssil em Kiev, na Ucrânia, em 7 de fevereiro de 2024. Foto: Sergei Supinsky/AFP
Apoie Siga-nos no

O Parlamento da Ucrânia aprovou emendas, nesta quarta-feira 7, que permitem o uso de esperma e óvulos congelados de soldados mortos.

No final do ano passado, o país apoiou uma lei que permitia o congelamento gratuito das células reprodutivas dos soldados, antes de irem ao front.

Em uma das cláusulas, a medida – que deveria entrar em vigor no final de março – indicava, entretanto, a destruição do esperma e dos óvulos congelados no caso de óbito.

Nesta quarta, 264 deputados aprovaram uma emenda que prevê a conservação gratuita das amostras por até três anos após a morte. O processo poderá ser estendido, caso o cônjuge do falecido arque com os custos.

Nenhum deputado votou contra a medida, apoiada pelo Ministério da Saúde.

Trata-se de uma questão muito delicada no país, onde a ofensiva russa, iniciada há quase dois anos, causou muitas mortes.

A destruição de óvulos e espermatozoides dos militares mortos no front foi vista como injusta por algumas pessoas, como a advogada Olena Babych.

Por meio de uma publicação nas redes sociais, Babych falou sobre a situação de uma de suas clientes, cujo marido havia congelado o esperma e morreu na guerra.

Seu texto gerou polêmica e desencadeou uma avalanche de críticas contra a medida.

Os deputados prometeram reformular a lei antes que entrasse em vigor.

A Ucrânia não divulga as baixas de seu exército, mas, de acordo com estimativas americanas publicadas em agosto pelo New York Times, os números podem chegar a cerca de 70.000 mortos e 120.000 feridos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo