CartaExpressa
Comissão de Direitos Humanos pede que Defesa se desculpe pelo golpe de 64
O órgão também recomendou que Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos seja reinstalada
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, defendeu que o Ministério da Defesa peça desculpas pelas “vítimas de tortura e de perseguição” do golpe militar de 1964, que instalou uma ditadura que durou 21 anos no país.
Em um documento aprovado no último dia 2, o órgão recomendou que o pedido de desculpas seja repetido todos os anos, no 31 de março, data que marca o aniversário do golpe.
Neste ano, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não realizou nenhum evento relacionado ao golpe militar, que completou sessenta anos em 2024.
Além da recomendação pelo pedido anual de desculpas, o Conselho também recomendou que não sejam feitas comemorações à data, por parte de membros das Forças Armadas.
Nos últimos anos, peças importantes ligadas ao Exército, como o atual senador e ex-vice-presidente do governo Bolsonaro (PL), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), destacaram a data de maneira comemorativa.
No documento, o conselho também determinou que o Ministérios dos Direitos Humanos instale, em até sessenta dias, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos (CEMDP).
Vinculado ao governo federal, a CEMDP foi criada nos anos 1990 e tinha como objetivo localizar os desaparecidos pela ditadura militar. Em dezembro de 2022, porém, já no final do governo Bolsonaro, o órgão encerrou as suas atividades.
Apesar de ter sinalizado que a CEMDP seria reinstalada, Lula ainda não promoveu a volta das atividades da comissão.
Relacionadas
CartaExpressa
Moraes dá duas horas para redes sociais excluírem novos perfis de Monark
Por CartaCapitalCartaExpressa
Lewandowski: Decisão do STF sobre a maconha aliviará a superlotação das prisões
Por CartaCapitalCartaExpressa
IPCA-15: preços sobem 0,39% em junho, impulsionados pela alimentação
Por André LucenaApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.