Mundo

Portugal descarta pagar indenizações por seu passado colonialista

Eventuais reparações foram mencionadas pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, dias antes do 50º aniversário da Revolução dos Cravos

Luis Montenegro Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
Apoie Siga-nos no

O governo de Portugal não iniciará um “programa específico” de indenização por seu passado colonial, mas não descarta pedir desculpas por alguns episódios, indicou nesta quarta-feira 15 o ministro das Relações Exteriores.

“Não haverá um processo ou programa de ações específicas para indenizar outros países pelo passado colonial português”, declarou Paulo Rangel no Parlamento, durante um debate sobre reparações históricas. “Mas quando for justo pedir desculpas, o faremos, como no caso do massacre de Wiriyamu” em Moçambique, onde cerca de 400 civis foram mortos em 1972 durante a guerra de independência, acrescentou.

Em 2022, os mais altos representantes do Estado reconheceram a responsabilidade de Portugal. O ex-primeiro-ministro socialista António Costa havia pedido desculpas pelo que chamou de “ato indesculpável”.

A questão de eventuais reparações coloniais foi mencionada no final de abril pelo presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa, dias antes do 50º aniversário da Revolução dos Cravos, que instaurou a democracia em Portugal, encerrou 13 anos de guerras coloniais e abriu o caminho para a independência de ex-colônias como Angola e Moçambique.

“Somos responsáveis pelo que fizemos lá. Devemos pagar os custos”, afirmou o presidente na ocasião.

As declarações do chefe de Estado causaram reações, especialmente do partido de extrema-direita Chega, que apresentou no Parlamento uma proposta para acusar Rebelo de Sousa de traição.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo