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EUA apresenta projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre acordo em Gaza

Por enquanto, não está prevista nenhuma votação sobre o projeto de resolução

Bombardeio israelense contra Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 6 de maio de 2024. Foto: AFP
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Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira 3 a tramitação de um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU em apoio ao acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, apresentado pelo presidente Joe Biden, no qual insta o Hamas a aceitá-lo.

“Hoje, os Estados Unidos apresentaram um novo projeto de resolução do Conselho de Segurança em apoio à proposta que está sobre a mesa para colocar fim aos combates mediante um cessar-fogo e um acordo sobre os reféns”, disse, em comunicado, a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

“Numerosos líderes e governos, inclusive da região, respaldaram esse plano e pedimos ao Conselho de Segurança que se una a eles para pedir a aplicação desse acordo sem demora e sem mais condições”, acrescentou.

“O Conselho de Segurança deve insistir em que o Hamas aceite esse pacto”, ressaltou. “Os membros do Conselho não devem deixar passar essa oportunidade. Devemos falar com uma só voz”.

Por enquanto, não está prevista nenhuma votação sobre o projeto de resolução.

O esboço, ao qual a AFP teve acesso, “acolhe com satisfação o acordo apresentado em 31 de maio e pede ao Hamas que o aceite em sua totalidade e aplique seus termos sem demora e sem condições”.

O texto diz que sua aplicação “rápida” permitiria “um cessar-fogo, a retirada das forças israelenses das zonas povoadas de Gaza, a libertação dos reféns, um aumento da ajuda humanitária, o restabelecimento dos serviços e a volta dos civis palestinos ao norte de Gaza”.

Também apoia a solução de dois Estados e ressalta “a importância de unificar a Faixa de Gaza com a Cisjordânia sob a tutela da Autoridade Palestina”.

Na sexta-feira, o presidente americano apresentou o que descreveu como um plano israelense de três fases para encerrar a guerra.

No entanto, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reagiu declarando que Israel estava decidido a continuar com o conflito até eliminar o grupo islamista Hamas.

Nesta segunda, Biden indicou que a adoção do plano dependia agora exclusivamente do Hamas.

Desde o ataque sem precedentes de combatentes islamistas contra Israel em 7 de outubro e a retaliação israelense em Gaza, o Conselho de Segurança se esforça para encontrar consenso.

Após duas resoluções centradas principalmente na ajuda humanitária, no fim de março exigiu finalmente um “cessar-fogo imediato” durante o Ramadã, um apelo bloqueado anteriormente diversas vezes pelos Estados Unidos, que na ocasião se abstiveram.

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