Economia
Manutenção da Selic em 10,5% gera críticas de políticos e entidades do setor produtivo
Decisão sobre a taxa básica de juros foi divulgada nesta quarta-feira pelo Banco Central
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A decisão do Banco Central de manter a Selic, a taxa básica de juros, em 10,5% e interromper o ciclo de cortes gerou uma onda de críticas. Políticos e entidades do setor produtivo se manifestaram nesta quarta-feira 19.
A Confederação Nacional da Indústria, a CNI, afirmou que o percentual, que coloca o Brasil como a 2ª nação com maior taxa de juros real do mundo, só irá impor restrições adicionais à atividade econômica.
Entidade classificou a decisão como “inadequada e excessivamente conservadora”. “A manutenção do ritmo de corte na Selic seria o correto, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffman, também se manifestou contra a decisão do BC e afirmou que a entidade não tem justificativas para interromper o ritmo de cortes na taxa de juros.
“Não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje, nem nunca”, criticou a deputada federal.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) classificou a medida como um “escândalo” e criticou a atuação de Roberto Campos Neto, presidente do BC.
“Um desserviço ao desenvolvimento econômico e aos setores produtivos. Mesmo economistas liberais reconhecem que a inflação está controlada. É uma verdadeira sabotagem da herança bolsonarista contra o país!
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) diz que a manutenção da taxa básica de juros pelo Copom em patamares elevados reflete uma postura cautelosa diante da inflação, que está em patamar baixo para o padrão brasileiro.
Entidade diz que o atual nível de juros gera preocupações significativas sobre os efeitos adversos no crescimento econômico.
Apesar de considerar a manutenção “esperada”, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) afirmou que ela pode produzir um efeito negativo, especialmente sobre o consumo das famílias.
Décio Lima, presidente do Sebrae, criticou a atuação do BC. “Banco Central não apenas quebra uma sequência de sete reduções consecutivas, mas coloca um freio, artificialmente e sem nenhuma razão, no desenvolvimento econômico e social do país”, afirmou.
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