Política

Governo de São Paulo pretende concluir privatização da Sabesp em 22 de julho

Com a desestatização, a participação da gestão estadual na companhia vai cair dos atuais 50,3% para 18,3%

Foto: Sabesp/Reprodução
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O governo de São Paulo divulgou o cronograma da privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, a Sabesp, nesta sexta-feira 21. A expectativa é que a privatização seja concluída em 22 de julho, data marcada para a liquidação das ações da empresa.

O anúncio foi feito pela secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, e pelo secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini.

Segundo o cronograma, os candidatos a acionista de referência (com 15% dos papéis), devem apresentar suas propostas de 24 a 28 de junho. Esse acionista terá direito a um terço do conselho de administração. Já a precificação da oferta será feita em 18 de julho e a liquidação da operação deve ocorrer em 22 de julho.

Com a privatização, a participação do governo de SP na Sabesp vai cair dos atuais 50,3% para 18,3%.

Observatório critica

Representante do Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), Amauri Pollachi criticou a decisão do governo do estado de privatizar a Sabesp, destacando as experiências negativas de outros países que passaram para a iniciativa privada empresas públicas da área de saneamento.

“O exemplo mais contundente está no fracasso da privatização do saneamento na Inglaterra. Após 35 anos, as contas de água subiram mais que o dobro da inflação, as dívidas alcançam 60 bilhões de libras, o equivalente à construção duas vezes do Eurotunel, e o volume de esgotos lançado em rios e mares é recorde”, disse Pollachi.

Ele lembrou ainda o papel que a Sabesp vem desempenhando atualmente no Rio Grande do Sul, auxiliando nos trabalhos de drenagem das águas em Porto Alegre.

“A calamidade no Rio Grande do Sul expôs o papel preponderante da Sabesp pública na retomada do abastecimento de água e na drenagem de Porto Alegre e Canoas.”

Além disso, afirmou Pollachi, ficou evidente a ausência das empresas privadas de saneamento nas ações emergenciais no estado. “A Corsan [Companhia Riograndense de Saneamento], estatal gaúcha privatizada há um ano, demitiu cerca de 40% do seu quadro de funcionários.”

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