Economia

Galípolo: Quadro fiscal não será uma ‘muleta’ para não perseguir a meta de inflação

O diretor de Política Monetária afirmou que o Banco Central usará suas ferramentas para cumprir o objetivo

Foto: Pedro França/Agência Senado
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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o quadro fiscal do Brasil não servirá de “muleta” para abrir mão de perseguir a meta de inflação.

Galípolo participou de uma transmissão ao vivo da Warren Investimentos na manhã desta terça-feira 25, logo após o BC divulgar a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária.

“O Banco Central, como autoridade monetária, vai a todo momento reafirmar com ações e na comunicação a sua função e reação dos efeitos da política fiscal, tanto nas expectativas quanto na inflação corrente”, disse o diretor. “De maneira alguma irá utilizar o fiscal para que isso seja algum tipo de muleta para que você não persiga a meta de inflação. O Banco Central tem as ferramentas para atingir a meta e irá utilizá-las.

Para 2024, a meta de inflação é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Segundo Galípolo, o Banco Central também não deseja fazer, neste momento, uma sinalização sobre o futuro da taxa básica de juros, a Selic.

No último encontro, finalizado em 19 de junho, os nove integrantes do Copom votaram por manter o índice em 10,50% ao ano. Com isso, chegou ao fim o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023.

Na ata, divulgada nesta terça, o BC mencionou como justificativas “o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”.

“O que a gente fez, ao fazer uma comunicação que utilizou a palavra ‘interrupção’, mas pretende deixar aberto para a gente ver como é que as coisas vão se desdobrar a partir de agora”, disse Galípolo. “Então, essa foi a intenção que a gente pretendeu transmitir tanto na ata quanto no comunicado.”

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